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Janine Mathias, do Distrito Federal para Curitiba, misturando samba e rap. Foto: Anila Costa
Janine Mathias, do Distrito Federal para Curitiba, misturando samba e rap. Foto: Anila Costa| Foto:

O músico Waltel Branco, padrinho desta coluna e justamente homenageado pela Corrente Cultural de Curitiba, sempre se destacou pela versatilidade de passear por muitos sons e misturá-los à vontade. Do clássico de Stravinski a Villa-Lobos, de João Gilberto a Henry Mancini e Dizzy Gillespie, passando por Roberto Carlos e dezenas de trilhas musicais de novelas da Rede Globo. Do samba ao erudito, ao jazz, à bossa-nova, ao iê-iê-iê, à MPB, ao funk e ao groove, ele passeou glorioso com seu violão e sua capacidade de arranjador, instrumentista e compositor, sempre deixando a marca de sua competência e criatividade.

“Sempre fui misturado”, brinca o mulato descendente de alemães, primo do polaco Paulo Leminski. A música em si, e a brasileira em particular, é pródiga em unir, fundir, antropofagir, triturar e misturar sons e ritmos. Assim, Waltel, o principal nome vivo da música do Paraná, é um símbolo desse estilo antirrótulos e preconceitos. Em nome disso, eu falo aqui hoje de fusões, de encontros e desencontros da Virada Cultural (que não vira mais) e das correntes da sempre nova música paranaense.

Janine Mathias

Janine Mathias, do Distrito Federal para Curitiba, misturando samba e rap. Foto: Anila Costa

Janine Mathias, do Distrito Federal para Curitiba, misturando samba e rap. Foto: Anila Costa

Samba e rap em perfeita simbiose. Janine explica como foi juntar os dois: “Quando eu ia cantar rap as pessoas diziam que eu nasci pra cantar samba. Quando eu ia cantar samba, as pessoas me queriam no rap. Então agora farei eu as duas coisas, para gregos e troianos, sendo que corro o risco de a ninguém agradar (risos)”. Filha de sambista, participou de movimentos sociais e religiosos com o rap e vem juntando as duas vertentes com muita qualidade.

O vozeirão suave de Janine não estará na Corrente Cultural, mas também vai cantar em Curitiba neste domingo, no Teatro da Reitoria da UFPR, a partir das 20 horas, junto com o Cabes MC. Será dentro do Prêmio Paraná Hip-Hop 2013, que tem programação começando às 9 horas no mesmo teatro.

Cabes MC

“Rap, skate, break, grafite, o estilo das ruas de CWBeats”, como canta Cabes MC no seu novo EP Revolução Constante, Evolução Permanente, que acaba de lançar e disponibilizar em seus sites (http://cabesmc.com e http://trackcheio.com). Cabes MC divide o palco com Janine na Reitoria, mas também estará na Corrente Cultural, levando seu beats e rimas ao palco do TUC no mesmo domingo.

Janine e Cabes se encontraram pelas esquinas da vida e o MC produziu o disco da cantora e compositora no estúdio Trackcheio. Junto com Luis Cilho, desde 2005, os dois já puseram nas ruas e nas pick-ups dezenas de gravações de autores e músicos paranaenses. Belos encontros.

Ravi e Waltel

Ravi Brasileiro, nas palavras do próprio Waltel, “é um roqueiro que faz uma fusão de rock, soul e música brasileira”. Iniciou na música ainda criança, com o Projeto Arteiro (Perré e Kusum Verônica) e com o Grupo Vocal Brasileirinho e nos seus 22 anos vem se aperfeiçoando.

Ravi e Waltel vão tocar juntos no Palco da Praça Carlos Gomes, no sábado, cinco músicas de cada um no show Waltel para Tod@s. Terão uma banda de primeira, formada por Endrigo Bettega (bateria), Guilherme Efrom (trombone), Fred Pedrosa (baixo), Carla Zago (violino) e Guto Horner (piano) e participação de Rogéria Holtz. Além disso, farão dez apresentações juntos em nove regionais da prefeitura (duas delas no Centro, nos Colégios Amâncio Moro, hoje, e no Colégio Estadual do Paraná, dia 8).

No ano que vem, serão mais dois shows em datas especiais da Fundação Cultural de Curitiba, ainda esperando confirmação. Um deles pode vir a ser durante a Copa do Mundo. Também no ano que vem, provavelmente em março, Ravi Brasileiro lança seu disco solo: Cortinas Abertas.

Waltel Branco e Ravi Brasileiro, Cabes MC e Janine Mathias, tão diferentes e tão próximos, são ao mesmo tempo e misturados o passado, o presente e o futuro da nossa música.

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