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Rafael Moro Martins tem cabeça e ouvidos fora do comum. O comum emplastra nossas vidas, achata tudo, esmaga o diferente. É importante arriscar. Rafael alia a isso a capacidade técnica e a habilidade com os dedos.

Criar sons do nada é a função dos músicos.

O guitarrista Keith Richards, do Rolling Stones, que não é um virtuose, mas construiu grandes hits, texturas e uma sonoridade própria na guitarra, afirma em seu grande livro “Vida”, que, na verdade, a música está sempre presente em todos os lugares e o que ele faz é completar o que está faltando, preencher lacunas, unir pedaços que estão ali à volta.

Rafael Moro Martins mostra um pouco dos pedaços que tem unido para criar músicas sozinho, com suas guitarras e seu computador. Ele, que já elevou o som de tantas bandas e que atualmente empresta suas cordas e criatividade ao Cacique Revenge, colocou no ar três músicas no site Soundcloud. Chama de “work in progress” porque um verdadeiro artista nunca deixa de mexer em sua criação. Mas elas estão lá, cada uma das três músicas falando e respondendo por si própria, formando um pequeno conjunto, uma obra em que se nota a unidade. Dos compassos da valsa-caos de “Valsa para um pequena numa tarde de sol”, aos ruídos de “The Answer was not”, ao melódico-funkeado “O Homem do coração de amianto”.

Rafael viaja e pegamos carona nesse mundo sonoro que ele retira do ambiente como quem colhe um fruto, depois prepara-o como cozinheiro, envolve-o, misturas, paladares, cores e nos serve com bebidas nem sempre finas, mas essenciais. O resultado é um prato alucinógeno. Pequenos experimentos, grandes viagens.

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