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Irmão do meia Alex vive dilema no futebol
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Ivonaldo Alexandre / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Zagueiro Taxinha, irmão de Alex (ex-Coritiba) observa pelo alto a disputa pela bola quando vestia a camisa do Bairro Alto

A infância dos irmãos Alex e Taxinha foi marcada por um sonho semelhante ao de muitas crianças brasileiras: ser um jogador de futebol de sucesso. Mas o objetivo de ser jogador profissional foi realizado apenas por um deles. Alex, atleta revelado pelo Coritiba, atualmente veste a camisa do Fenerbahçe , da Turquia. Taxinha, o irmão do meio, sofreu uma grave lesão no ombro e teve que abandonar a carreira bem mais cedo do que imaginava.

Em um campinho de terra perto da casa dos irmãos, em Colombo-PR, Alex foi descoberto por um olheiro. A ideia era garimpar atletas para formar a equipe de futebol de salão da AABB (Associação Atlética do Banco do Brasil) em Curitiba. A descoberta de Alex lhe rendeu frutos, abrindo as portas para o mundo da bola.

Porém, nem tudo foi fácil aos irmãos. Durante a infância, os seus pais deixavam de comer para alimentá-los. Quando treinavam nas categorias de base do Coritiba, Taxinha e Alex iam a pé do Estádio Couto Pereira até o terminal do Boa Vista para pagar apenas uma passagem de ônibus no trajeto até Colombo. O sacrifício tinha uma explicação: os atletas economizavam o vale transporte para ter o que comer. Com o dinheiro que sobrava comiam uma saborosa coxinha. Chuteira era artigo de luxo. Eles não tinham uniforme para treinar, só se ganhassem de alguém. Em muitos casos, se a chuteira estragasse, não podiam comprar outra e acabavam costurando a que tinham.

Se a carreira de Alex está sendo promissora, a de Taxinha começou e parou repentinamente. Em 2003, o atleta atuava no Suzano-SP e teve o iníco de carreira interrompido devido a uma grave lesão no ombro, após uma queda durante um jogo treino contra o Flamengo de São Paulo. Taxinha está com seis âncoras de metal no seu ombro esquerdo. “São peças que têm a função de unir os ligamentos do ombro. Se não fosse pela ajuda do meu irmão, hoje eu estaria sem os movimentos do ombro. Acidente em campo que acabou em cirurgia, terminando com meu sonho de seguir carreira. Alex colaborou com todos os procedimentos necessários naquela epoca, sou muito grato a ele”, concluiu Taxinha.

Parar de jogar nunca foi o foco de Taxinha. Mesmo fora de sua forma física, pesando 105 quilos que herdou do passado, devido aos medicamentos que tomava na época, o zagueiro com altura de um metro e noventa e seis resolveu se arriscar e voltou este ano aos gramados, disputando os três primeiros jogos na Suburbana pelo Bairro Alto. Até ser dispensado do time que é o atual campeão da competição.

“Sei que corro o risco de perder 80% dos movimentos do ombro caso aconteça uma queda em campo. Adoro jogar futebol e assumo o risco, não posso parar“, setenciou.

A experiência de Taxinha e Alex demonstra que ao se fazer aquilo que se gosta, pode-se superar momentos difíceis da vida.

Divulgação / Bairro Alto
O zagueiro Taxinha jogou as três primeiras partidas pelo Bairro Alto na Suburbana
Foto: Reuters
Alex, meia do Fenerbahçe, foi decisivo na recuperação do ombro do irmão
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