Mentiras no trabalho: quais os prejuízos?

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No ambiente de trabalho lidamos com muitas pessoas, hierarquia, competição e nem sempre o jogo é limpo. Um dos maiores problemas que podemos notar no mundo corporativo é a mentira. Seja ela lá na candidatura ao emprego, quando acontece aquela mentirinha “inocente” no currículo, seja no dia-a-dia quando surge aquele comentário maldoso sobre um colega que se destaca ou é diferente de alguma maneira, a mentira existe e é um problema que trava muitos processos no dia-a-dia de qualquer empresa.

As mentiras no trabalho por menores que possam parecer, afetam a carreira do profissional como um todo / Foto: iStock Photo

O currículo turbinado

Quem trabalha com recrutamento e seleção já se deparou com essa situação diversas vezes: o currículo recheado de falsas experiências ou que aumenta algumas coisas, como dizer que uma viagem turística foi experiência profissional no exterior, se dizer fluente num idioma no qual é apenas intermediário ou até mesmo dizer que domina uma ferramenta que se conhece superficialmente. Seja qual for a “mentirinha”, pode pesar na hora de selecionar o candidato. Se o recrutador percebe no momento da entrevista ou dos testes preliminares, além de reprovar o profissional, ele ficará marcado como um inventor de currículo. E, caso as mentiras passem pela seleção, ele pode sofrer as consequências das invenções na prática, quando lhe for exigida uma habilidade que ele não pode oferecer – mas disse que poderia. O conselho é: não minta. Se deseja oferecer algo que não tem, qualifique-se e faça isso ser real.

O famoso “não fui eu”

Problemas ocorrem, imprevistos acontecem, erros são cometidos e infelizmente isso vai continuar assim, não se acerta sempre. O problema é quando o autor do erro nunca aparece. Principalmente quando se trata do gestor, o comportamento de não assumir responsabilidades é muito destrutivo. Pior que não assumir, é culpar um subordinado ou um colega, e aí entra o pior da mentira, que é a possibilidade de prejudicar o andamento da carreira de outra pessoa. Além do mais, culpar o outro por um erro próprio revela um perfil de pouco caráter, e isso pode trazer diversos prejuízos. Afinal, mais cedo ou mais tarde ficará claro de quem é o erro e essa atitude reprovável virá à tona, refletindo negativamente na carreira do mentiroso.

A fofoca que vira verdade

Muitas vezes surge um boato entre os funcionários e a informação é passada para frente como se fosse verdade. No entanto, esse tipo de comportamento pode ser extremamente destrutivo para o alvo da mentira. O melhor que o profissional faz é manter-se afastado deste tipo de comentário, e tentar ao máximo distinguir o teor das mensagens que chegam a ele. Mais que isso, não propagar comentários maldosos é imprescindível.

Uma das piores situações que um boato maldoso pode causar é chegar a conhecimento da chefia como se fosse verdade. Nesse momento, o gestor precisa manter uma postura equilibrada e não levar em consideração esse tipo de comentário. Caso o assunto do boato interfira no andamento dos negócios, o chefe deve chamar sigilosamente o funcionário acusado e tirar a história a limpo, mas sem acusá-lo. É preciso ter jogo de cintura e jamais deixar-se manipular. Além do mais, deve fazer parte da política da empresa a coibição desse tipo de comportamento.

E se eu for a vítima?

Não hesite em reportar ao seu superior o quanto antes. Assim que souber de qualquer comentário maldoso, pejorativo ou que possa vir a atrapalhar o seu trabalho, converse com o seu chefe. É papel dele também resolver problemas interpessoais.

Seja qual for o tamanho da mentira ou onde ela seja contada, é sempre um comportamento destrutivo e desnecessário dentro do mercado de trabalho. Cedo ou tarde a fraude é descoberta, e a imagem do profissional autor da mesma fica comprometida de forma permanente. A idoneidade é uma qualidade válida em qualquer âmbito, portanto, aja com correção e mantenha-se longe das mentirinhas “inocentes”.