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Essa escapou: Bento XVI usa nova analogia científica
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Fim de semana não é bem a época em que costumo ficar online, então passei reto pelo discurso do Papa no Ângelus de domingo passado, em que ele voltou a usar linguagem da ciência para explicar realidades espirituais (recuperei graças ao Jorge Ferraz). Segue, no original, o que ele disse: La prova più forte che siamo fatti ad immagine della Trinità è questa: solo l’amore ci rende felici, perché viviamo in relazione per amare e viviamo per essere amati. Usando un’analogia suggerita dalla biologia, diremmo che l’essere umano porta nel proprio “genoma” la traccia profonda della Trinità, di Dio-Amore.

Reuters
Todo domingo, Bento XVI aparece na janela do Palácio Apostólico para rezar o Ângelus com os fiéis.

Aí vem a EFE (via G1), e me tasca um “Papa diz que homem tem em seu genoma marca profunda da Trindade”. Só lá no meio do texto o leitor descobrirá que o Papa está fazendo uma analogia. Sabe Deus o que o leitor mais desatento, ou o que viu apenas a manchete, pensaria. Afinal, até onde eu sei apenas o John Cleese descobriu o “gene de Deus”…

Não é a primeira vez que Bento XVI usa analogias científicas quando fala aos fiéis. Na Páscoa de 2006, o Papa comparou a vida nova em Cristo ressuscitado com uma “mutação”. Por incrível que pareça, houve grupelhos católicos que não entenderam a analogia e saíram acusando o Papa de ter negado o milagre da ressurreição, transformando-o num mero evento biológico… então, para deixar claro o que ocorreu domingo passado, o Papa não está colocando Deus no genoma; apenas afirmou que o amor presente na Santíssima Trindade também é parte essencial do ser humano, assim como o seu genoma.

Já essa entrevista do físico e teólogo Karl Giberson eu recebi por meio da Lenise Garcia. Ele critica tanto os ateus militantes quanto os religiosos fundamentalistas, inclusive dizendo que esses últimos parecem estar mais longe da verdade que os primeiros. E, para quem tiver tempo, segue a conferência que Giberson proferiu recentemente em um congresso homenageando o trabalho do professor Mariano Artigas:

Reprodução
Dicta 3: eu recomendo a compra!

Finalizando o nosso clipping pré-feriadão, recebi segunda-feira meu número 3 da Dicta&Contradicta (mea culpa: nem terminei de ler o número 1 direito e já comprei os outros dois números). No blog da revista o Wagner achou este artigo muito interessante sobre a alma, que não está publicado na revista. O autor é Joel Fonseca, que também escreveu sobre o cientificismo – aí, sim, na versão impressa; vocês vão ter de comprar para ler. Mas tem um aperitivo aqui.

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Não se esqueçam de que os comentários são moderados e estão abertos neste post até a meia-noite de quarta, 24 de junho.

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