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A visão de mundo cristã foi fundamental para o desenvolvimento do método científico. (Ilustração: Joel Mozart)
A visão de mundo cristã foi fundamental para o desenvolvimento do método científico. (Ilustração: Joel Mozart)| Foto:

Uma iniciativa muito interessante nos Estados Unidos está ajudando grupos de fiéis cristãos a entender melhor a ciência e compreender que ela não é inimiga da religião. O projeto Scientists in Congregations, financiado pela Fundação John Templeton, oferece apoio para que cientistas, professores de ciência ou pessoas envolvidas de uma ou outra maneira neste campo possam colaborar com comunidades religiosas das quais já fazem parte, para incentivar uma melhor compreensão de temas científicos, especialmente aqueles com maior propensão a causar controvérsia entre os fiéis.

Joel Mozart
Ninguém melhor que cientistas que também são pessoas religiosas para ajudar a dissipar qualquer desconfiança que os fiéis tenham em relação à ciência.

A ideia surgiu quando um pastor da Califórnia, Greg Cootsona, que já se interessava por temas de ciência e religião, parou de apenas ficar imaginando se os fiéis estariam interessados nesse tipo de assunto, botou a mão na massa e organizou um evento; a procura foi grande e o feedback indicava que ele deveria fazer isso mais vezes.

Até o momento, quase 40 comunidades nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa receberam valores de até US$ 30 mil para incentivar o diálogo entre cientistas, líderes religiosos e fiéis. Há católicos, luteranos, presbiterianos, batistas, metodistas, anglicanos e várias outras denominações protestantes (só não encontrei ortodoxos). Os tipos de colaboração são bem diversos: encontros mais reservados, envolvendo apenas os cientistas e padres/pastores para reforçar a compreensão mútua; orientação científica na preparação de sermões e homilias que envolvam certos assuntos; criação de bibliotecas de ciência nas instalações da igreja; cursos de ciência para adultos ou jovens, inclusive como parte da preparação para cerimônias como a Crisma.

Em outra ocasião já comentei aqui que a participação de um cientista que já faz parte da comunidade é fundamental para ajudar a dissipar qualquer eventual desconfiança que as pessoas tenham em relação à ciência. Isso vale para qualquer atividade humana: quando a informação vem de alguém que consideramos “um dos nossos”, costumamos ser mais receptivos em relação ao que nos é dito. Quanto mais confiança mútua houver, mais fácil será mostrar às pessoas que o conflito entre ciência e fé é ilusório.

Aqui em Curitiba, a paróquia Cristo Rei iniciou encontros de ciência e fé. Vocês conhecem iniciativas parecidas com o Scientists in Congregations em outros locais do Brasil?

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