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Tanzânia: overdose de vida selvagem
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Rapha&Seba
Paisagem típica dos Safáris

– Mambo!- “Oi, tudo bem?!”
– Poa! “Tudo bem!”
– Habari Gani? “Como você está?”
– Karibu! – “Bem vindos!”
– Asante! “Muito obrigada!”

Essa é a saudação que recebemos todos os dias dos simpaticíssimos e alegres tanzanianos pelas ruas, mercados, hotéis, enfim, por todos os lados. Eles te olham no olho, abrem um sorriso acolhedor e perguntam como você está. Fazem questão de te ensinar algumas palavras em Swahili, a língua mais falada aqui.

Sebastian Martinez
Arusha

Chegamos ao aeroporto internacional de Dar es Salaam, antiga capital e maior cidade do país, por volta das 15h e logo na descida tivemos que preencher um formulário para solicitar o visto de entrada. Recebemos uma permissão para ficar no país por 90 dias e pagamos 50 USD cada um.

Sebastian Martinez
Mercados tradicionais das cidades da Tanzânia

Ao sair do aeroporto, de taxi, tudo muito negociado, a primeira impressão e a última, diga-se de passagem, foi de uma cidade caótica, quente, muito quente, suja, super populada – cerca de 3 milhões de habitantes. Sair da África do Sul e chegar à Tanzânia foi realmente um choque, um contraste sem tamanho. Agora posso dizer que conheço aquela África que via na televisão, filmes e documentários.
Dica: se você quer realmente conhecer a África de “raiz”, a África do Sul não é a melhor opção.
Nunca estive na Índia, mas pelos relatos e pesquisas que tenho feito para viagem, chego à conclusão que a Tanzânia é um pedacinho da Índia na África. Muita pobreza, transito intenso e bagunçado, mercados de rua onde se vendem de tudo. O país foi colonizado por árabes, alemães e ingleses, e 35% da população são muçulmanos.

Rapha&Seba
Vista do Lake Manyara

Aqui está situado o Monte Kilimanjaro, o pico mais alto da África.
Ficamos apenas uma noite em Dar es Salaam, pois não tem absolutamente nada para fazer na cidade que também é considerada um pouco violenta. Tivemos que fechar os vidros do taxi a pedido do motorista por causa da câmera fotográfica. Aí dá para sentir o drama! Nosso objetivo no país era fazer um dos melhores safaris da África, e nosso rumo então foi Arusha, cidade ponto de partida de muitos Safáris para a região do Serengeti. Compramos uma passagem de ônibus (20 USD) para lá (avião saía muito caro para nós, cerca de 150USD por pessoa).

Raphaella Requiao
Alguns dos nossos companheiros de viagem encantados com nossa cor de pele

Enfrentamos 12 horas de viagem num ônibus que se dizia de “luxo” por que tinha ar condicionado. Aqui a recomendação é pegar o ônibus das 6 horas da manhã que, faz menos paradas, não tem ar condicionado, mas chega mais rápido.Porém, todos são pinga-pinga, param em tudo que é lugar e a viagem parece interminável. Um sufoco que compensou! Aqui foi também o primeiro lugar que começamos a sentir as pessoas e crianças olhando para nos como “aliens”. Senti vontade de colocar um lenço na cabeça muitas vezes, mas não foi necessário. Passamos a viagem de ida praticamente inteira cercados de crianças conversando em Swahili, pegando nos cabelos, passando a mão na pele. Uma novidade pra eles e pra nós também. Mais 4 horas ali e éramos capazes de entender as crianças.

Rapha&Seba
Masais que vivem na região

Arusha – aos descer no ônibus numa suposta “bus station” (no meio da rua de chão batido) fomos cercados por uma dezena de taxistas e vendedores de safaris e passeios oferecendo barganhas. Não tínhamos destino certo, apenas o nome de alguns hotéis e ideia de preços. Pegamos um daqueles “taxis”, que na verdade é uma mini van, com mais dois turistas (barato, menos de2 USD) e fomos conhecer o hotel indicado pelo motorista. Acabamos ficando lá, pois era barato e estava perto das agências de safári que iríamos procurar no dia seguinte.

Sebastian Martinez
Procurando os “Big Fives”

Busca por Safáris
Nada acontece por acaso e tenho que admitir que tivemos sorte, porque o rapaz que nos abordou na descida do ônibus e nos levou para o hotel indicou a agência de safári que era do dono do hotel. Sorte, pois acabamos fechando com eles, mas a indicação de vários guias de viagem, sites, blogs e agencias é de não fechar com qualquer um que oferece preços extremamente baratos, e sim procurar agências credenciadas e devidamente habilitadas. Negociamos, negociamos e fechamos o safári de 3 noites e 4 dias de certa forma no escuro, sem saber o que viria pela frente. Dedos cruzados! Optamos por ficar em lodges e não em camping, opção que seria mais barata.

Rapha&Seba
O Serengeti possui mais de 1,5 milhões de animais

Como estamos em baixa temporada*(de março a junho/outubro e novembro), eles fazem qualquer negócio para terem os turistas e nós aproveitamos tarifas mais em conta. Para vocês terem uma ideia, safáris nessa região do Serengeti, para onde vamos, não é barato e em baixa temporada pode sair entre 150 e 250 USD por pessoa, por dia. No entanto está tudo incluído, transporte, safári, almoço estilo “picnic”, lodge ou camping (não é preciso levar barraca, eles têm tudo lá) e jantar. É preciso pagar apenas as bebidas.

*Baixa temporada para os turistas, porque segundo nosso guia, é a melhor época para ver os animais. Em alta temporada eles migram para outras regiões em busca de melhor clima e comida.

Rapha&Seba
Leões dormindo em cima da árvore após uma farta refeição

Lake Manyara
Nosso primeiro local de Safári foi o Lake Manyara National Park, cerca de 1h40min de Arusha. Um parque natural controlado (não fechado) com 325 km2 de floresta e que dizem ser, possivelmente, a maior densidade de mamíferos por km2 do mundo.
Sem palavras para descrever como foi nosso primeiro dia do tão desejado Safári.

Raphaella Requiao
Mamãe baboom e seu filhote.

Logo na entrada uma família enorme de baboons nos esperava para das as boas vindas. Na sequência, uma avalanche de encontros surpreendentes com macacos “black faces” e “silver monkeys”, pássaros de todas as cores e formas, zebras, girafas, antílopes, hipopótamos, e logicamente alguns dos tão falados “Big Five” – rinocerontes, leões, elefantes, búfalos e leopardos, considerados animais grandes e muito perigosos.

Rapha&Seba
Elefantes cruzavam as estradas muito perto do nosso carro

A cada metro, uma surpresa diferente. A maior emoção do dia foi encontrar com 5 leões dormindo em cima de uma árvore após aparamente “almoço” (depois da caça eles são capazes de dormir dias e dias). Assustadoramente lindo. A segunda emoção do dia e que chegou a dar um frio na barriga o encontro com cerca de 50 elefantes atravessando a rua e bem perto de nós, cerca de 2 metros de distância. Nessa hora pensei: se apenas dois deles resolverem vir para cima de nós, estamos fritos! (rs). Mas o pensamento veio rápido e como veio, foi!

SUPER DICA: Para um safári, algumas coisas são importantes saber e ter: um guia bom e experiente, paciência, sorte, um bom binóculo e uma boa máquina fotográfica com uma lente potente! Tivemos tudo, menos uma lente super potente que fez muita falta. Em alguns momentos os animais estão distantes e com uma boa lente tudo fica pertinho. Não é permitido descer do carro, pois os animais são selvagens e pode ser perigoso.

Rapha&Seba
Chita observando os turistas passarem

Serengeti National Park
O Serengeti National Park possui cerca de 14.700 km2 e é considerado uma das 7 maravilhas do mundo com mais de 1,5 milhões de animais.
Essa parte do Safari requer mais paciência, pois a área é grande e os animais ficam espalhados, no entanto lá existem mais de 1,5 milhões de animais.

Raphaella Requiao
Chita toma água antes de almoçar um wildebeest

Em geral se passa o dia dentro do carro, cerca de 8 horas percorrendo as estradas e campos atrás dos animais. Quando menos se espera, elas aparecem. Antílopes, zebras, girafas, wildebeest, chitas, leopardos, leões, elefantes, hienas, búfalos… Neste dia tivemos a nítida impressão de estarmos participando de algum documentário da National Geographic ou Discovery Channel sobre a vida selvagem ao ver, na nossa frente, pertinho, 3 chitas perseguindo, atacando e comendo um Wildebeest. Foi alucinante e quase inacreditável, se não tivéssemos presenciado a cena ao vivo. Aquela imagem não saiu da cabeça até o dia seguinte. O filme passava e passava. Tivemos muita sorte!

Rapha&Seba
Wildebeest nos campos de Ngorongoro

Ngorongoro Crater
Ngorongoro Crater é alucinante. É considerada uma das maiores concentrações de vida selvagem da África e a maior cratera vulcânica inativa do mundo, de 18 quilômetros de diâmetro e área de 260 quilômetros quadrados. A vista lá de cima é estonteante e a visão dos animais lá em baixo é espetacular.

Arquivo pessoal
Nossa grupo de Safári – Rapha, Seba, Rob e Nick

Passamos mais algumas 6 horas percorrendo a Crater e dessa vez completamos os big five vendo os rinocerontes e para fechar com chave de ouro, uma chita sentada há menos de um metro de nós – parecia de pelúcia de tão linda(rs) e um leão dormindo à beira da estrada, um metro de nós. De perder a fala depois do susto que tomei quando vi e só consegui gritar, em português mesmo: um leão, um leão, ali! ali!!! Meu deus!

Raphaella Requiao
Leão dorme à beira da estrada

Naquele momento do Safari, estávamos mal acostumados, e as Zebras e girafas que apareciam em quantidade não tinham mais graça. Queríamos mesmo é ver grandes caçadas (rs).
Enfim, o Safari foi um sucesso! Valeu cada centavo e cada hora que passamos dentro daquele ônibus. Recomendamos muito!

Sebastian Martinez
Búfalo, um dos Big Fives

Hospedagem
Não comentei nada sobre os lodges que ficamos. São todos considerados 5 estrelas (estava incluído no safári, mas dê um desconto para as estrelas) e são mesmo muito bons. Em cada dia ficamos em um diferente, mas são todos da mesma “rede”. O único “porém” aqui é a comida, que estava incluída e não parecia “fresca”, em alguns sem muitas opções. O restante, nota 10!

Malária
Vim pra cá preocupada com o mosquito da malária e equipada com repelentes para o corpo e roupa. Achei que a tensão por causa disso seria maior, mas com o passar dos dias você se envolve com o local, os animais e passeios que nem se lembra. Mas o mais importante é passar repelente pela manhã e no final do dia, horário preferido deles. Os hotéis aqui na Tanzânia tem mosquiteiro e oferecem inseticida, o que fazem as noites serem mais tranquilas. Outra recomendação médica é usar calças e blusas de manga comprida, claras, para enxerga-los mais facilmente e não usar hidratantes e perfumes, pois o cheiro atrai a rapaziada.

Rapha&Seba
Os pássaros têm as mais variados cores, do laranja ao azul turquesa
Sebastian Martinez
Hipos no Serengeti
Rob
Serengueti ao fundo
Sebastian Martinez

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Nosso próximo destino: o paraíso da Tanzânia, a Spice Island: Zanzibar

Venha com a gente nessa viagem: raphaeseba@gmail.com e acesse Facebook

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