Bom Gourmet
Manga para comer de colher: aprenda a fazer gelatina da fruta
Quando se trata de doce, a maioria torce o nariz. Cozinheiro, a princípio, não gosta de fazer sobremesa. Nem amador nem profissional, conforme atestam os tantos programas de embates na mídia gastronômica televisiva.
Por quê? Resposta simples: com doce não se improvisa e se algo dá errado obriga a começar tudo de novo. O que já não acontece com pratos salgados, nos quais sempre se encontra um atalho ou uma variação – até mesmo sob o risco de mudar completamente o prato, mas sem perder a pose.
A confeitaria mais elaborada e mesmo os doces mais simples exigem medidas e proporções exatas. Um toque a mais ou a menos de açúcar, de farinha ou de qualquer outro ingrediente pode comprometer o ponto ou o sabor da obra. Ou ambos.
É praticamente impossível criar ou improvisar. A não ser que se trate de um gênio da pâtisserie ou algo equivalente a isso. Caso contrário, melhor nem tentar. Até mesmo nas receitas mais singelas, como essa aqui, de hoje.
Simples demais
Essa receita é bem fácil e basta prestar atenção nas medidas e nos tempos para obter uma sobremesa de lindo visual, atraente combinação de cores e, certamente, muito saborosa. Gelatina por si só é coisa meio sem graça. Faz lembrar aquelas festinhas infantis ou bufês de café da manhã de hotéis, servidas e moldadas em copos plásticos descartáveis.
Mas ela pode ser valorizada com a inclusão de frutas e aqui, no nosso caso, a manga entra como protagonista principal e brilha com todo o esplendor. E sua execução está ao alcance de cada um de nós, simples mortais, sem requerer especialização em confeitaria ou o que valha.
E como normalmente ninguém quer ficar responsável pela sobremesa em um jantar de família ou amigos, está aí uma boa chance de marcar pontos. O resultado final é irrepreensível. É só arriscar fazer (repetindo, tudo nas medidas) e aguardar os elogios. Bom apetite!
Dicas
1. A escolha da manga a ser utilizada na sobremesa é fundamental. De acordo com a Sidneia Bernardi, da SN Comércio de Frutas e Verduras, do Mercado Municipal de Curitiba (que forneceu as mangas para a execução da receita), as mais indicadas são a Palmer e a Tommy, menos fibrosas do que outras também conhecidas, como a Espada, a Bourbon e a Haden, que tenderiam a deixar alguns fiapos no doce, por mais que insistentemente batidas no liquidificador.
2. A quantidade de frutas vermelhas utilizadas na finalização da sobremesa é pequena. E como estas são vendidas normalmente em caixinhas, a tendência é que sobrem muitas. Para não as perder (já que não são baratas), a sugestão é fazer uma calda de frutas vermelhas, levando-as à panela com um pouco de açúcar e uma colher de manteiga. É só esperar reduzir para servir como acompanhamento de sorvetes, nata batida ou panna cotta.
3. Caso deseje transformar a sobremesa em vegana, substituindo a gelatina pelo ágar-ágar, a proporção entre os dois é de 1 folha de gelatina = 1 colher (chá) de ágar-ágar em flocos = 1/3 de colher (chá) de ágar-ágar em pó.
4. Embora o contraste com as frutas vermelhas seja interessante, nada impede de utilizar outras frutas na decoração, como fisális, lascas de pêssegos ou de nectarinas (com a casca). Completar com flores comestíveis deixa tudo ainda mais bonito.
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