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Obra de Harold Cohen em exposição na mostra “Códigos Primordiais” | Divulgação/
Obra de Harold Cohen em exposição na mostra “Códigos Primordiais”| Foto: Divulgação/

“Acabou a era das obras-primas. Jamais teremos outra Mona Lisa”, desafia o artista alemão Frieder Nake. Aos 76 anos, Frieder é o precursor do que ele chama de “arte algorítmica”, também conhecida como “arte computacional”, aquela construída a partir de códigos gerados em um computador.

Nake foi o pioneiro neste segmento. Em 1963, quando estudava matemática na universidade de Stuttgart, ele criou o código que gerou as primeiras gravuras na lendária máquina de desenhar “Graphomat Z64”, um plotter de alta precisão com uma agulha de tatuagem na ponta.

Estas obras fazem parte da exposição “Códigos Primordiais”, que toma todas as salas do Oi Futuro, no bairro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro. Nela estão reunidas pela primeira vez na América Latina documentos, gravuras, desenhos, pinturas e instalações interativas de outros três principais nomes internacionais deste tipo de arte, os britânicos Paul Brown, Harold Cohen, Ernest Edmonds.

Veja algumas obras da exposição “Códigos Primordiais”

Nas obras destes pioneiros é possível perceber que ainda há um caminho inexplorado nas infinitas possibilidades da composição algorítmica da arte e que o entendimento tradicional do que é arte gráfica não costuma levar em conta as revoluções tecnológicas. “A peça final não é mais relevante e sim indicar os caminhos por onde é possível seguir. Entender o processo é muito mais importante que o produto”, ensina Frieder.

Serviço

Exposição Códigos Primordiais

De 16 junho a 16 agosto

Local: Oi Futuro (Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo, Rio de Janeiro)

Horário: De terça a domingo e feriados, de 11h às 20h

Entrada franca

Para a curadora Caroline Menezes, a mostra serve para dar um “escopo histórico”, tendência inerente à arte contemporânea e de que muito se fala e se faz na cena artística brasileira no campo da arte digital ou cibernética.

Entre os destaques da mostra estão projetos interativos do inglês Ernest Edmonds, que desenvolve desde 1968 trabalhos com filmes baseados na passagem do tempo. Em Códigos Primordiais ele apresentará uma instalação interativa chamada “Shapping Form”, em que as imagens são constantemente geradas por uma programação para determinar as suas cores, padrões e duração, variando de acordo com o ambiente ao seu redor.

Na instalação, o movimento dos visitantes em frente de cada trabalho é detectado por uma câmera que produz alterações na forma e duração de cada imagem, conforme o público interage com a obra.

Outro artista inglês presente na mostra, Paul Brown é professor de arte e tecnologia do Centro de Neurociência Computacional e Robótica, na Universidade de Sussex, Inglaterra. Antes de iniciar a carreira de artista “algorítmico” Brown trabalhou com design de palco e iluminação de shows de bandas como The Kinks, The Who e Pink Floyd, no final da década de 1960.

Brown é autor da peça clássica chamada Builder/Eater (construtor/devorador em tradução livre), em que a obra generativa baseada em combinações infindáveis é uma metáfora apropriada para a preservação digital.

“A batalha entre conservadores e obsolescência de mídia está em curso, para nunca ser totalmente resolvida. A ideia é construir programas que façam combinações infindáveis, que nunca sabemos como serão”, diz Brown.

O repórter viajou a convite do OI Futuro.

  • Obra de Paul Brown
  • Obra de Frieder Nake
  • Obra de Harold Cohen
  • Obra de Ernest Edmons
  • Obra de Ernest Edmons
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