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“Barata Ribeiro, 716”, de Domingos de Oliveira, vencedor do último Festival de Gramado | Divulgação/
“Barata Ribeiro, 716”, de Domingos de Oliveira, vencedor do último Festival de Gramado| Foto: Divulgação/

Nove dias e quase cem filmes de várias partes do mundo. Esse é o Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba 2016, que acontece de 20 a 28 de outubro, distribuído por quatro espaços da cidade. Anunciada nesta terça-feira (4), a programação terá entre os destaques o documentário italiano “Fogo no Mar”, vencedor do último Festival de Berlim, o brasileiro “Cinema Novo”, de Eryk Rocha, premiado em Cannes, e “Deserto”, que marca a estreia na direção do curitibano Guilherme Weber.

“Como nas edições anteriores, mantivemos como requisito os filmes serem inéditos em Curitiba e terem sido premiados em festivais. Além disso, priorizamos também a convergência de linguagens, o diálogo com outras expressões artísticas como teatro e artes visuais”, explicou o jornalista Paulo Camargo, curador do festival, juntamente com a doutora em cinema Denize Araújo.

Além das mostras Panorama do Cinema Mundial e Brasileiro, o festival terá uma dedicada a Hector Babenco, cineasta morto em julho deste ano. Dele, serão exibidos cinco filmes, entre eles “Pixote, a Lei do Mais Fraco” e “O Beijo da Mulher Aranha”. Também haverá circuitos dedicados a filmes franceses, japoneses, alemães e paraguaios. Por fim, a mostra Universo Z apresenta curtas-metragens destinados ao público infanto-juvenil.

As sessões acontecerão em quatro espaços: Espaço Itaú, Cinemateca, Cine Guarani e Paço da Liberdade. A programação completa pode ser conferida no site do festival. Os ingressos custarão R$ 4 e R$ 2 (meia), com algumas sessões gratuitas. Confira a seguir 15 filmes que você não deve perder:

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Fogo no Mar

O documentário do italiano Gianfranco Rosi foi o vencedor do Urso de Ouro no último Festival de Berlim, em fevereiro. O filme retrata o cotidiano na ilha de Lampedusa, que ganhou fama pelos naufrágios que mataram centenas de imigrantes vindos da África. “É um documentário poético e perturbador, que aborda uma temática bastante atual, a da imigração”, diz Paulo Camargo.

Quando ver: dia 20, 20h, no Espaço Itaú.

Barata Ribeiro, 716

O filme do veterano cineasta Domingos de Oliveira foi o grande vencedor do último Festival de Gramado, no mês passado. Foram quatro kikitos, incluindo os de melhor filme e diretor. A famosa rua do bairro de Copacabana, que dá nome ao filme, é onde está o apartamento em que um aspirante a escritor (Caio Blat) promove festas na década de 1960.

Quando ver: dia 22, 19h, e 23, 21h, no Espaço Itaú.

Beduíno

Outro ícone do cinema nacional, Julio Bressane, apresenta sua obra mais recente. Alessandra Negrini e Fernando Eiras vivem um casal de dramaturgos que discute a relação entremeando ficção e realidade. “Dentro da convergência de linguagens, o filme dialoga com o teatro”, ressalta Camargo.

Quando ver: dia 21, 21h, e 24, 19h, no Espaço Itaú.

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Deserto

O ator, diretor de teatro e autor curitibano Guilherme Weber estreou como cineasta com o pé direito, conquistando no mês passado o prêmio de melhor diretor no Los Angeles Brazilian Festival. Inspirado no livro “Santa Maria do Circo”, do mexicano David Toscana, conta a história de uma trupe de artistas que funda uma sociedade no sertão nordestino.

Quando ver: dias 25 e 26, 19h, no Espaço Itaú.

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Cinema Novo

O filho de Glauber Rocha, Eryk, usou apenas materiais de arquivo e trechos de filmes para contar um pouco da história daquele que foi, talvez, o movimento mais importante do cinema brasileiro. Mais que um documentário, o filme foi classificado como um “ensaio poético” e rendeu ao diretor o prêmio Olho de Ouro (destinado a documentários) no último Festival de Cannes.

Quando ver: dia 22, 21h, no Espaço Itaú.

Dogs

Exibido na mostra Un Certain Regard, do Festival de Cannes, o filme romeno faturou o prêmio da crítica. Primeiro longa-metragem dirigido por Bogdan Mirica, conta a história de um homem que herda um grande pedaço de terra, mas logo descobre que o território faz parte de uma rota de contrabando de drogas.

Quando ver: dias 23, 21h15, e 24, 19h15, no Espaço Itaú.

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Sin Norte

Outro premiado no Festival de Gramado, foi o principal vencedor entre as produções estrangeiras. O longa do chileno Fernando Lavanderos faturou os kikitos de melhor filme, diretor e o prêmio da crítica. A narrativa acompanha a jornada de um homem à procura de uma mulher pelo deserto do Atacama.

Quando ver: dias 23, 19h15, e 26, 21h15, no Espaço Itaú.

Sonita

A diretora iraniana Rokhsareh Ghaemmaghami conquistou o prêmio da crítica no Festival de Sundance com a história de uma jovem rapper que se rebela contra a decisão dos pais de vendê-la para um marido desconhecido. “O filme mostra de forma criativa a situação da mulher no mundo islâmico”, diz Denize Araújo.

Quando ver: dias 21 e 24, 21h15, no Espaço Itaú.

Pixote, a Lei do Mais Fraco

Um dos cinco títulos da mostra Cinema em Retrospectiva, dedicada a Hector Babenco (morto em julho), não apenas é uma das principais obras do diretor, mas é considerado um dos melhores filmes brasileiros da história. De 1980, retrata de forma crua a problemática das crianças de rua. Completam a mostra “O Rei da Noite”, “O Beijo da Mulher Aranha”, “Ironweed” e “Brincando nos Campos do Senhor”.

Quando ver: dias 22, 17h, e 26, 15h, no Cine Guarani.

O Batedor de Carteiras

Dos quatro títulos da mostra de clássicos do cinema francês, esse é essencial. Em 1959, Robert Bresson se inspirou no clássico “Crime e Castigo”, de Dostoievski, para narrar a saga de um ladrão de carteiras. Bresson também está na mostra com “As Damas do Bosque de Bolugne”. Os outros dois filmes são “French Cancan”, de Jean Renoir, e “Jacquot de Nantes”, de Agnès Varda.

Quando ver: dia 26, 18h, e 27, 20h, no Cine Guarani.

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Timecode

O vencedor da Palma de Ouro de melhor curta-metragem no Festival de Cannes 2016 também está na seleção do festival. Dirigido pelo espanhol Juanjo Giménez, tem como personagens dois seguranças de um estacionamento, que também são bailarinos. “O curta discute os limites entre o real e sua representação”, diz Paulo Camargo.

Quando ver: dia 22, 20h, no Espaço Itaú.

Quase Memória

Mais um nome histórico do cinema nacional que se mantém em plena forma. Ruy Guerra adapta o romance de Carlos Heitor Cony, em que um jornalista se encontra com ele mesmo em sua versão mais velha. Tony Ramos, Mariana Ximenes e João Miguel estão no elenco.

Quando ver: dias 21, 19h, e 25, 21h30, no Espaço Itaú.

Pieter-Jan De Pue/Divulgação

The Land of Enlightened

O diretor e fotógrafo belga Pieter-Jan de Pue foi ao Afeganistão para filmar a realidade de crianças que sobrevivem em meio à guerra trocando objetos como artefatos explosivos. À narrativa documental o diretor insere outros elementos estéticos. “Eu classificaria como realismo mágico”, diz Denize Araújo.

Quando ver: dias 22, 21h40, e 26, 19h15, no Espaço Itaú.

A Man Returned

“Uma história de amor agridoce”. Assim a sinopse define o documentário de meia hora dirigido por Mahdi Fleifel, um palestino naturalizado dinamarquês. Após ficar preso na Grécia, um refugiado palestino retorna viciado em heroína, porém, decidido a se casar com a namorada de infância.

Quando ver: dia 22, 20h, no Espaço Itaú.

Murderous Injustice

O britânico Gavin Scott Whitfield se baseou em uma história real para narrar, em um único plano sequência, um crime de ódio. Além do diferencial estético, o curta-metragem aborda um assunto dos mais atuais, a intolerância.

Quando ver: dia 22, 20h, no Espaço Itaú.

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