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Documentário retrata o futebol de várzea no Campo do Sampaio, zona norte do Rio de Janeiro. | Divulgação
Documentário retrata o futebol de várzea no Campo do Sampaio, zona norte do Rio de Janeiro.| Foto: Divulgação

Para realizar seu filme mais recente, “Campo de Jogo”, que estreia na próxima quinta-feira (23), o cineasta Eryk Rocha uniu três paixões. A primeira é mais do que natural para quem trabalha no ramo, o cinema. Mas no caso dele, há motivos para crer que esse amor já veio no sangue. Afinal, estamos falando do filho de Glauber Rocha, um dos maiores diretores da história do cinema brasileiro.

A segunda coincide com a de muitos brasileiros, o futebol. Eryk se criou indo ao estádio e correndo atrás da bola em campos de pelada. Por fim, a terceira paixão é o Brasil, tão cheio de riquezas e contrastes. O cineasta conseguiu unir esses três elementos levando a câmera a um dos principais campeonatos de pelada do Rio de Janeiro, disputado a poucos quilômetros do Maracanã, palco da última Copa do Mundo.

“Campo de Jogo” faz da plateia o 12º jogador

Poucas vezes alguém conseguiu levar o espectador tão próximo de um esporte como Eryk Rocha em “Campo de Jogo

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“O futebol vai muito além de um mero esporte. Faz parte da minha formação como cidadão, é uma experiência genuína da cultura brasileira”, disse Eryk em entrevista por telefone à Gazeta do Povo. Daí a escolha como palco para o filme o Campo do Sampaio, na zona norte do Rio, onde dois times representando comunidades disputam a final do campeonato. “Ele é a síntese de todos os campos do Brasil, que se tornaram espaços de resistência nas periferias. Talvez esses sejam os últimos espaços realmente democráticos, de celebração coletiva”.

“Campo de Jogo” é o sexto longa da carreira de Eryk, o quinto documentário. No entanto, o cineasta prefere não ficar atrelado aos formatos tradicionais. Da mesma forma que “Transeunte”, seu filme de ficção, mescla elementos documentais, “Campo de Jogo” também insere elementos dramáticos na narrativa. “Ele [“Campo de Jogo”] pode ser encarado como um drama pela forma de articulação da linguagem. Esse trânsito entre os diferentes formatos é o que me interessa no cinema”, afirma o diretor.

Tanto que o próximo projeto é uma história de ficção, mas que pretende explorar o processo de transformação real do Rio de Janeiro. “É uma história urbana passada na noite do Rio, dialogando com o momento de crise que vive a cidade, totalmente transfigurada arquitetonicamente”, explica. As filmagens devem ser iniciadas em abril.

E quanto a possíveis cobranças e comparações com o pai? Eryk vê a herança familiar com tranquilidade. “Mais do que pressão, ele é uma grande inspiração. Glauber é um patrimônio da cultura brasileira, seu legado transcende a questão familiar. Se fosse para sentir pressão, toda uma geração de cineastas se sentiria pressionada”.

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