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O escritor Márcio Renato dos Santos reuniu a equipe de autores responsáveis pelas quatro publicações abaixo, que servem de estreia para a editora | Divulgação
O escritor Márcio Renato dos Santos reuniu a equipe de autores responsáveis pelas quatro publicações abaixo, que servem de estreia para a editora| Foto: Divulgação
  • O jornalista Cristiano Castilho faz parte das novas vozes na literatura curitibana
  • O estudante de Comunicação Renan Machado

É um clichê editorial: conto não vende. Entre tantas casas editoriais ávidas por romances que coloquem a marca na lista dos mais vendidos, o novo selo Tulipas Negras resolveu a máxima de maneira espirituosa: por que não distribuí-los gratuitamente? A proposta, que não nega o risco que corre, passará por sua prova de fogo no próximo sábado, dia 25, durante a Quadra Cultural, no bairro do São Francisco, quando 4 mil exemplares de pequenos livros serão distribuídos.

Quatro autores em diferentes estágios de suas carreiras de ficcionistas serão responsáveis pela estreia do selo. Em uma ponta, está o estudante de jornalismo Renan Machado, de 18 anos, que faz seu debute na literatura com o conto Helena; estreante apenas na ficção, o jornalista Cristiano Castilho, colunista da Gazeta do Povo e editor do caderno Gaz+, lança seu Compressa; 934 é a contribuição do também jornalista e escritor Márcio Renato dos Santos, em sua terceira publicação depois da coletânea Minda-Au e o livro-conto Você Tem à Disposição Todas as Cores, mas Pode Escolher o Azul, publicado no mesmo formato; o autor veterano Fábio Campana, por sua vez, acrescenta o conto Pantera à sua bibliografia de quase uma de­­zena de publicações.

O fato de todos os participantes serem jornalistas e o formato da publicação – um folder desdobrável de 7,5 x 21 cm – não são coincidência: a equipe foi reunida por Márcio Renato dos Santos – segundo ele, a pedido da idealizadora do projeto, uma empresária que não quer ser identificada. "Ela entrou em contato comigo por causa do Minda-Au, estabelecemos a proposta e o financiamento do projeto viabilizou-se. O formato é parecido com o do meu conto anterior, financiado pela Fundação Cultural de Curitiba, e que eu também distribuí gratuitamente no Terminal do Hauer", conta Santos, que diz também que o projeto é, antes de tudo, uma experiência: "Dependendo da recepção do público, damos continuidade ao selo, tanto com mais autores publicados, quanto com uma brochura ou um livro no formato tradicional".

Expectativas

Campana ressalta a boa ocasião para o lançamento do selo e a distribuição dos livros: "O Márcio teve esse vislumbre de propor o contato com diferentes camadas de leitores interessados por vias mais incomuns. A Quadra Cultural é uma ótima oportunidade para isso, e hoje a literatura também corre pela rede, então é importante que seja um livro impresso também". O conto Pantera, segundo ele, é uma nova etapa em sua literatura, em que deixa de lado temas ligados ao passado político do país para abordar a incomunicabilidade da vida urbana.

Ainda na faculdade, o jovem Renan Machado afirma estar honrado com o convite para publicar seu primeiro conto: "A gente sempre imagina uma estreia, mas essa superou todas as minhas expectativas. A iniciativa é mais do que um incentivo para mim". O conto Helena, que conta a história de um homem que realiza uma cirurgia para mudar de sexo, foi escrito especialmente para esse projeto. "O resultado do seu trabalho só pode ser comprovado se for publicado. Ver as pessoas lendo algo que você escreveu, impresso, e ver que o texto deixa de ser seu e passa a ser de cada um, é a única forma de avaliar sua literatura", opina.

A céu aberto

Cristiano Castilho também está ansioso para o início oficial de sua carreira de ficcionista. Não é para menos: no sábado do lançamento, o jornalista estará na tenda do selo Tulipas Negras, na Rua Paula Gomes, distribuindo seu conto Compressa e também comemorando seu aniversário. "Minha vida sempre foi marcada por uma série de coincidências estranhas, e essa é mais uma delas", comenta. Castilho aceita de bom grado a estreia e a aura de literatura marginal que seu conto ganha. "O marginal hoje tem um charme. Tudo tem um começo, e se o meu começo na literatura foi assim, está ótimo. Publicar ao lado desses caras me aconchega, e o evento também. Curitiba está aprendendo a valorizar os eventos a céu aberto, e oferecer literatura nesse ambiente só acrescenta à experiência."

Serviço:

Lançamento do selo Tulipas Negras. Quadra Cultural. Rua Paula Gomes, esquina com a Rua Duque de Caxias – São Francisco. Dias 25 de fevereiro, das 11 às 22 horas. Entrada franca.

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