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| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Confira todas as matérias da série Viva o Guaíra, feita ao longo de 2013 pela Gazeta do Povo em www.gazetadopovo.com.br/cadernog.

Com licitações lançadas em setembro para parte da reforma dos auditórios Bento Munhoz da Rocha Netto (Guairão) e Salvador de Ferrante (Guairinha), que engloba a troca dos carpetes e a restauração das poltronas, o Centro Cultural Teatro Guaíra (CCTG) não conseguiu aproveitar o período de recesso do fim do ano para começar a reforma, como era a a intenção inicial do espaço.

Segundo o diretor administrativo do teatro, Walter Calabresi, as empresas que participam da licitação entraram com recursos, o que é comum nesse tipo de processo, e a concorrência está dentro do prazo. O valor máximo das licitações é de pouco mais de R$ 3 milhões para as cadeiras (são 2.167 no Guairão e 496 no Guairinha), e de R$ 806 mil para o carpete dos dois auditórios.

"As licitações continuam e estamos dando respostas para as empresas, pois há uma série de elementos muito técnicos na reforma, e isso acarretou nos questionamentos", explica Calabresi.

Uma dessas especificidades é a preservação da acústica. No início do mês, o Guaíra divulgou um relatório técnico feito pelo Laboratório de Acústica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). De acordo com o estudo, as acústicas do Guairão e do Guairinha são comparáveis às dos melhores teatros do mundo. Segundo o teatro, o objetivo do estudo foi documentar essas condições antes das reformas previstas, para que as intervenções não "alterem a qualidade destes espaços".

Desde 2012, quando anunciou a reformulação do teatro, a Secretaria de Estado da Cultura (Seec) informou que a intenção era que o espaço estivesse modificado até a Copa do Mundo, no ano que vem. Desde 1954, quando foi inaugurado, o Guaíra nunca passou por uma ampla reforma.

Orçamento

No orçamento do estado para 2014, aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no último dia 4, estão previstos, em média, R$ 10 milhões a mais do que em 2014 para o Centro Cultural Teatro Guaíra – repasse que depende de aprovação da Secretaria da Fazenda. No entanto, ainda não se sabe o quanto desse aporte irá para a programação cultural – para a primeira fase da reforma, por exemplo, são R$ 5 milhões. Devido à redução nos gastos do governo, não é descartada a possibilidade de o valor ser o mesmo de 2013 (R$ 1 milhão), ou até diminuir. Segundo Monica, o teatro está elaborando projetos para a Lei Rouanet e se organizando para buscar caminhos alternativos antecipadamente. Segundo a Seec, essas especificações só estarão disponíveis no ano que vem.

Retrospectiva

Relembre os principais fatos sobre o Teatro Guaíra divulgados ao longo deste ano:

Orçamento

Para fazer a produção cultural do teatro, ou seja, colocar os corpos estáveis (Balé Guaíra, G2 e Orquestra Sinfônica) para funcionar, o Teatro Guaíra teve, em 2013, repasse de R$ 1,5 milhão, sendo que R$ 500 mil foram fontes do próprio teatro, com a bilheteria de shows e aluguel para formaturas e apresentações. Em setembro, foi anunciado que o espaço contaria com R$ 2 milhões a mais para este fim. Entretanto, ainda não se sabe se o aporte será feito em 2014. Em 2006, o orçamento do Guaíra para produção cultural era de R$ 4 milhões.

Campanha

Em abril, um grupo formado por profissionais da classe artística (foto acima) lançou nas redes sociais a campanha Teatro Guaíra 2013 – Por um Novo Teatro Guaíra. Os artistas se reuniram na Praça Santos Andrade, em frente ao teatro, e debateram com o secretário da Cultura, Paulino Viapiana, e com diretora-presidente do Guaíra, Mônica Rischbieter, assuntos como o orçamento destinado à cultura, a infraestrutura do Guaíra e o modelo de gestão por Organizações Sociais (OSs). Neste ano, cogitou-se a possibilidade de se firmar contratos de gestão com OSs para gerenciar os corpos estáveis do teatro. O modelo já é adotado no estado pelo Museu Oscar Niemeyer (MON).

Reformas

Em setembro, o governo do estado lançou licitações para reformas do Teatro Guaíra – restauro das cadeiras do Guairão (foto acima)e Guairinha e troca dos carpetes dos dois locais. Desde a inauguração do espaço, em 1954, o local não passou por uma grande restauração. A intenção do Guaíra era ter iniciado a reforma no fim do ano, mas as empresas participantes entraram com recursos. A licitação ainda está no prazo. Em 2014, devem ser lançados editais para conserto de banheiros e portarias. Já a Seec afirmou que seriam feitas as seguintes melhorias: impermeabilização do teatro, isolamento acústico, modernização da cenotecnia, iluminação cênica, imagem e a sonorização, recuperação dos sistemas hidráulico e elétrico, dos geradores de energia e reparos no mobiliário.

Mão de obra

Sem concurso público há mais de 20 anos, o quadro de funcionários vêm diminuindo: passou de 411 no total, em 1992, para 180 hoje, em média. Em 2005, cargos comissionados foram criados na gestão da então diretora Nitis Jacon e, em 2013, a prática foi questionada pelo Ministério Público do Paraná. A solução para o problema seria a realização de concurso, já que o teatro é, desde a promulgação da Constituição, em 1988, uma autarquia. Porém, a alternativa é inviável, já que o Paraná está no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Orquestra

Neste mês, após três anos à frente da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP), o maestro Osvaldo Ferreira comunicou sua saída dos cargos de regente titular e diretor artístico. Com seu desligamento, sai também o maestro assistente, Márcio Steuernagel. A OSP não terá regente titular em 2014 e sua direção artística será feita por uma comissão.

Em junho, foi divulgada a possibilidade de o prédio atual do Centro de Convenções de Curitiba (CCC) virar uma espécie de "casa" para a OSP, com espaço para ensaios, entre outras atividades. Em setembro, o Secretário de Estado da Cultura (Seec), Paulino Viapiana, informou que ocorreu uma "alteração de calendário", para dezembro de 2014, e a situação sobre o uso do imóvel pela orquestra é incerta. A OSP foi criada em 1985, no governo de José Richa, e completa 30 anos em 2015.

Bilheteria

Em 2013, o serviço de ingressos do Centro Cultural Teatro Guaíra foi terceirizado, e passou a ser operado pela empresa Disk Ingressos desde julho, que venceu uma licitação aberta pelo espaço em fevereiro. Antes disso, desde 2012, quando o único bilheteiro do espaço morreu, os guichês vinham sendo operados por funcionários de outros setores.

Balé

A Escola de Dança do Teatro Guaíra luta há anos por uma sede própria. Criada em 1956 é a única estadual no país, ao lado da escola do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Desde 2000, as aulas acontecem em um prédio no bairro Jardim Botânico, que enfrenta problemas estruturais, com forros lascados e umidade. Em 2013, a escola se apresentou em festivais de dança importantes, como o de Joinville, e, neste mês, lotou o Guairão por vários dias com a montagem do clássico O Quebra Nozes, que não era apresentado desde 2010.

Shows

O ano de 2013 foi marcado por grandes shows no Teatro Guaíra – o aluguel para essas apresentações é uma das fontes de renda do espaço, que contribui para incrementar o orçamento para as produções próprias. Artistas como Alcione, Ney Matogrosso, Marisa Monte, Milton Nascimento, entre outros, lotaram o espaço.

Colaboraram Rafael Rodrigues Costa e Helena Carnieri.

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