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A atriz em cena como “Papai”, um dos nomes divinos em filme que adapta best-seller. | Divulgação/
A atriz em cena como “Papai”, um dos nomes divinos em filme que adapta best-seller.| Foto: Divulgação/

Octavia Spencer de avental, fazendo comentários espirituosos enquanto cozinha algo delicioso remete imediatamente ao papel ganhador do Oscar em “Histórias Cruzadas” (2011). Mas esse cenário, com muitas mudanças, é bom dizer, se repete no filme “A Cabana”, que estreia nesta quinta-feira (6). No longa, ela interpreta Papai, personificação de Deus apresentada no livro best-seller do escritor canadense William P. Young, lançado há dez anos.

Sua escolha para o papel rendeu manifestações contrárias entre alguns cristãos fundamentalistas, mas a atriz, que voltou a concorrer ao Oscar neste ano por “Estrelas Além do Tempo”, não se ateve à controvérsia. Em entrevista pelo telefone para a Gazeta do Povo, Octavia contou que acredita na “mensagem” de Young desde a época em que leu a história. Para ela, o primeiro contato com “A Cabana” foi também um marco importante em sua vida privada.

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“Eu percebi, quando li o livro e depois, já interpretando o papel por três meses (o tempo de filmagem), que nós temos traumas e machucados aos quais nos agarramos e não nos damos conta. Isso pode impedir nosso crescimento e evolução como seres humanos”, afirmou. “Descobri que eu estava presa a alguns assuntos particulares e não percebia. Com ‘A Cabana’, tive momentos de cura e foi por isso que eu quis fazer parte ”, contou.

Os atores Avraham Aviv Alush , Sam Worthington, Octavia Spencer e Sumire Matsubara.Divulgação.

Entusiasta da história do encontro de um homem em luto (no filme, interpretado por Sam Worthington, de “Avatar”) com o Todo Poderoso por conta do assassinato da filha, Octavia admite que o processo de preparação foi complicado. “Foi o papel mais difícil que eu já fiz, porque, como atriz, você constrói um personagem a partir de experiências de coisas que você conhece. E Deus é um ser supremo. Foi difícil compreender como fazer”.

O caminho que ela encontrou foi humanizar a personagem. “Eu tive que encontrar alguma ‘humanidade’ no personagem. Meu caminho foi perceber que ele é pai de toda a humanidade. Então, eu passei a ver Mack como o meu filho. O que vocês veem no filme sou eu, um ser humano comum, interpretando uma mãe. Foi minha porta de entrada, muito embora eu tivesse em mente que eu estava interpretando Deus”, pondera.

No filme, Papai marca um encontro com Mack em uma cabana abandonada no meio da floresta. O protagonista estivera no local tempos antes, quando um crime abalou sua fé e o relacionamento com sua família. Surpreso com o ‘convite’, que surgiu em sua caixa de correio, segue para o local preparado para se vingar do autor do crime, achando tratar-se de uma brincadeira de mau gosto.

Octavia Spencer interpreta Deus no longa.Divulgação.

No lugar, porém, encontra uma casa avarandada digna dos painéis de decoração do Pinterest. Além de uma mulher negra para viver Deus, o diretor inglês Stuart Hazeldine (em seu primeira incursão hollywoodiana) escolheu outros representantes étnicos para os personagens que habitam a cabana. Jesus é o ator israelense Avraham Aviv Alush enquanto que o Espírito Santo coube à japonesa Sumire Matsubara. A brasileira Alice Braga também faz uma ponta no papel de Sofia, outra entidade que aparece durante a jornada de Mack.

As cenas com Sam Worthington tentam conferir tensão entre pais e filhos que a intérprete de Papai desejara. Octavia revela que, no início das filmagens, os dois se evitaram nos bastidores. “Mack estava bravo com Deus a princípio, então Sam e eu evitamos passar tempo juntos. É difícil ficar zangado com alguém quando você gosta dele. Mas estou feliz que o vínculo que criamos com o passar do tempo seja perceptível na tela”, contou a atriz.

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