"Meus shows estão ali para ajudar minhas crianças (...) Eu as amo porque não tive infância", diz o cantor Michael Jackson, aparemente sob o efeito de remédios, a seu médico particular, Conrad Murray, em uma gravação apresentada nesta quarta-feira no julgamento de Murray por homicídio culposo.
Na conversa que Jackson teve com o médico na manhã de 10 de maio de 2009, gravada no telefone celular de Murray, o cantor parece dopado, fala devagar e de forma melosa.
"Vou pegar esse dinheiro, 1 milhão de crianças, o hospital de crianças, o maior hospital do mundo, o Hospital de Crianças Michael Jackson, vou construir um teatro, uma sala de jogos. As crianças estão deprimidas, nos hospitais não há salas de jogos, nem teatros. Elas ficam doentes porque ficam deprimidas, suas mentes as deprimem."
"Não têm esperança suficiente. É a próxima geração que salvará o planeta, começando por... depois falamos sobre isso. Estados Unidos, Europa, Praga, meus bebês", diz o cantor, com a fala arrastada, na gravação surpreendente ouvida hoje na Suprema Corte de Los Angeles. "Vão lembrar mais disso do que de minhas performances", continua Jackson. Meus shows estão ali para ajudar minhas crianças, e sempre será meu sonho. Eu as amo porque não tive infância. Sinto a sua dor. Posso lidar com isso."
Em seguida, o artista cita vários de seus sucessos: "'Heal the World', 'We Are the World', 'Will You Be There', 'The Lost Children'. São canções que escrevi porque me dói, sabe?" Jackson fica em silêncio e Murray pergunta se ele está bem. "Estou com sono", responde o cantor.
"Elvis não conseguiu. Os Beatles não conseguiram. Temos que ser fenomenais", diz Jackson no começo da gravação, parte da qual havia sido apresentada no começo do julgamento, semana passada, na Suprema Corte de Los Angeles.
"Quando as pessoas deixarem o meu show, quero que digam: 'Nunca vi nada igual (...) Impressionante, é o maior artista do mundo", diz Jackson, que ensaiava para uma série de apresentações em Londres.
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