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Elas podem não ser tão famosos como a dupla Sandy & Júnior, mas também levam milhares de pessoas aos seus shows. Mesmo desconhecidas do grande público, as bandas católicas que devem tocar no encontro do Papa Bento XVI com os jovens em São Paulo, no dia 10 de maio, estão acostumadas a tocar para até mais de cem mil pessoas.

Das três bandas que devem se apresentar no encontro, pelo menos duas já confirmaram a presença, ainda que a comissão oficial que organiza a visita do Papa não confirme. São elas "Anjos de resgate" e "Dominus", nomes que são estranhos ao cenário pop nacional, não têm seus clipes veiculados na MTV e nem tocam nas rádios FM. Mas ostentam números de fazer inveja a grandes nomes da MPB.

"Eles são o Jota Quest da música católica", afirma André Simão, da gravadora católica Codimuc, referindo-se ao grupo "Anjos de resgate". Dentro das hostes católicas, o grupo é um fenômeno. Em sete anos de atividade já vendeu cinco discos de ouro e um de platina, além de um DVD de ouro. Recentemente, em uma feira agropecuária, tiveram mais público que, coincidência, o pai de Sandy & Junior. Levaram 75 mil pessoas contra apenas 40 mil da dupla Xitãozinho & Xororó.

Em seus shows (são 120 por ano, em média), os quatro integrantes do "Anjos de resgate" protagonizam cenas dignas de superbandas. Suas músicas, sempre com mensagens religiosas, são cantadas de cor pela platéia. "Fazemos um pop/rock com um pouco de country. Lembra um pouco Toto [banda dos anos 80]", explica o baixista Eraldo Mattos. A diferença está nas letras. São embasadas em documentos da igreja e encíclicas papais.

Outra coisa que distingue "Anjos de resgate" é a pausa feita, durante o show, para um momento de pregação. É quando entra em cena Dalvimar Gallo, 39 anos, vocalista da banda. Ex-membro do grupo country Dallas Company, que ficou conhecido pela música "Clima de rodeio" ("Alô galera de cowboy, Alô galera de peão"), Gallo largou tudo, pouco antes da banda "estourar", para seguir o "chamado de Deus". "Joguei tudo para o ar. Na época ninguém entendeu, falaram que eu perdi saindo da banda."

O ano era 2000. O que foi encarado pelos amigos como loucura se mostrou mais do que certo para Gallo, que pouco tempo depois teria duas músicas gravadas pelo Padre Marcelo Rossi. A parceria ainda rendeu a música tema do filme "Maria, mãe do filho de Deus", visto por mais de dois milhões de pessoas em 2003. "Eu não perdi nada, só ganhei", afirma Gallo, convicto de sua escolha.

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