A Flip 2015 em 15 frases

• 0

“Mas daí eu tenho que assistir aos três primeiros? Então acho que não quero...”

David Hare, dramaturgo inglês, contando que recusou convite de George Lucas para dirigir o quarto episódio de “Star Wars”.

“A bossa nova é o ritmo da goteira”

José Ramos Tinhorão, historiador, definindo o gênero musical que execra.

“Quando Lula e o PT surgiram, parecia a realização de um sonho: um sindicalista cercado de intelectuais. Lamento ver o que está acontecendo[a corrupção], é o desperdício de uma grande oportunidade. Mas a diferença entre o Brasil e a Argentina é que aqui figuras importantes como José Dirceu foram presas e julgadas. Na Argentina, isso jamais aconteceria.”

Beatriz Sarlo, ensaísta, comentando as diferenças entre a política dos países vizinhos.

“Um bom livro raramente dá um filme bom.”

Inácio Araújo, crítico de cinema, analisando a relação entre livros e cinema.

“A maior parte dos desenhistas são jovens cheios de complexos, sem vida sexual. Como não têm amigos nem garotas, ficam fazendo desenhos eróticos para se excitar. Houve os assassinatos [na redação do Charlie Hebdo] e todos passamos a ser especialistas em geopolítica e paladinos da liberdade de expressão.”

Said Rattouff, cartunista franco-sírio.

“Não temos mais tempo para pensar a cidade ideal. Não existe uma catástrofe a caminho, a merda já aconteceu. Agora é tentar remediar a estupidez planetária que já fizemos.”

Antonio Risério, antropólogo, mostrando pouco otimismo quanto ao futuro das cidades.

“Não há romantismo, o ‘Poderoso Chefão’ não existe mais. Hoje é capitalismo puro. A máfia é uma empresa mergulhada nas dinâmicas em que opera. O narcotráfico não enfrenta o Estado, o narcotráfico tenta trabalhar junto com o Estado.”

Diego Enrique Osorno, jornalista mexicano.

“Quantos de vocês se dão conta de que toda a matemática que estudamos na escola tem mais de 2 mil anos? Imaginem a mesma situação nas aulas de ciência, de história, de literatura. Imaginem que estivéssemos lendo só Homero. Muitas coisas aconteceram desde a geometria euclidiana.”

Edward Frenkel, matemático.

“História é prática de lembrar, mas também é prática de esquecer. Nossa narrativa é feita de muitos esquecimentos. A escravidão foi mais que um sistema econômico. Criou um mundo de disfarces e negociações para lidar com a própria violência.”

Lilia M. Schwarcz, autora de “Brasil – Uma Biografia”.

“Mário comprou um livro do Brecheret, que era um cristo com tranças. A família, ao ver aquilo, ficou escandalizada. Eram muito religiosos, acharam de muito mau gosto. Isso provocou uma briga familiar, e o Mário, muito irritado, recolheu-se ao seu quarto e escreveu: ‘Pauliceia desvairada’.”

Roberto Pompeu de Toledo, jornalista, explicando a origem do famoso termo de Mário de Andrade.

“Ali na praia de Laranjeiras os magnatas e os artistas de TV constroem marinas na praia para vir duas vezes por ano. Nós não podemos enterrar nossos mortos no cemitério sem conseguir uma série de licenças. Para morrer na Trindade, a pessoa tem que avisar cinco dias antes.”

Maria da Graça de Oliveira, moradora da colônia de pescadores da Trindade em Paraty, reclamando da severidade de fiscalização do IcmBio.

“Eu costumo dizer que escrevo para me vingar. Eu escrevo movido pelo vexame, pela não conformação.”

Marcelino Freire, escritor, praguejando sobre a era dos livros de colorir.

“Ser irlandês e escrever poesia é um problema. Não temos Hollywood, não temos Wall Street, mas temos poetas. Se você é um mau poeta, as pessoas o desprezam.”

Colm Tóibin, escritor irlândes, explicando porque escolheu a prosa.

“A poesia é uma coisa que a gente faz em casa, no restaurante. Mesmo que tenha muita gente em volta, não tem ninguém. A poesia é íntima mesmo quando é malabarista.”

Matilde Campilho, poeta portuguesa que foi a autora mais vendida na livraria da Flip 2015.

“Com a bola quicando na área, a gente faz até gol contra.”

Pascoal da Conceição, ator e sósia de Mário de Andrade, dizendo por que fez uma performance surpresa na sessão de abertura da Flip.