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Adaptação para a dança de um romance russo do século 19, Tatyana abre o Festival de Dança | Leo Aversa/Divulgação
Adaptação para a dança de um romance russo do século 19, Tatyana abre o Festival de Dança| Foto: Leo Aversa/Divulgação
  • Encenação de A quem possa interessar, do Balé Teatro Castro Alves

Evento mais concorrido do festival neste ano, as Noites Especiais reúnem dois dos principais nomes da dança contemporânea brasileira: a Cia. Debora Colker e o Balé Teatro Castro Alves (BTCA), responsáveis pelos espetáculos da noite de abertura, dia 20, e a de gala, 25, ambos no Centrevento Cau Hansen.

A primeira traz Tatyana, a adaptação de um romance russo escrito no século 19 – e que passou por Curitiba durante o último Festival de Teatro. A coreografia leva ao palco uma interpretação do próprio autor da peça, Aleksandr Púchkin, considerado o pai da literatura russa, interagindo com as ações, desejos, pensamentos e transformações psicológicas dos quatro protagonistas de sua obra.

O figurino caracteriza cada personagem com uma mistura de elementos atuais e de época. Analogamente, na trilha sonora predominam compositores russos de diversos períodos – do romantismo de Tchaikovski ao modernismo de Stravinski. "Tem um apelo mais ‘popular’, um entendimento mais fácil", afirma Fernanda Chamma, conselheira artística do festival.

Aclamada coreógrafa, Debora Colker ganhou ainda mais fama e projeção depois de ser a primeira mulher e estrangeira a assinar um espetáculo do Cirque du Soleil.

Técnica

Por outro lado, na noite de gala, repertório mais técnico é exigido ao público, avisa Fernanda Chamma. A quem possa interessar, da companhia baiana BTCA, fala sobre o "prazer de dançar", na definição do diretor artístico Jorge Vermelho (leia entrevista).

Coreografia de Henrique Rodovalho, um dos mais respeitados profissionais da área no Brasil e diretor artístico da Quasar Cia. de Dança, de Goiás, o espetáculo estreou em 2010 e, neste mesmo ano, foi apresentado no Teatro Guaíra, em Curitiba, e no lançamento do 8º Festival Internacional de Dança de Londrina.

Entrevista

Jorge Vermelho, diretor artístico do Balé Teatro Castro Alves

Qual a proposta de A quem possa interessar?

O espetáculo é um depoimento sobre o prazer de dançar. Corpos maduros se encontram em cena para refletir sobre sua própria identidade e propor um novo olhar sobre o corpo, sua emotividade e possibilidade de comunicação. Uma declaração à dança. Um documento escrito com o próprio corpo.

Qual a marca do coreógrafo Henrique Rodovalho no espetáculo?

Na gestualidade. A composição coreográfica de Henrique Rodovalho é muito forte e determinante. É um artista que imprime seu pensamento em cada construção. O trabalho com o BTCA foi um encontro que possibilitou à companhia entrar em contato com esta gestualidade singular e também proporcionou ao Rodovalho ver sua gestualidade relida em outros corpos, mais maduros, com uma interpretação constituída a partir da história de cada um. Foi um belo encontro.

A quem possa interessar tem circulado em apresentações gratuitas pelo interior da Bahia. Como têm sido?

A receptividade do público tem sido emocionante, pois os depoimentos contidos no espetáculo tocam diretamente as pessoas a que o assistem. Este projeto do BTCA faz parte das comemorações de 30 anos da companhia, que, no encontro com a comunidade, cumpre sua função de companhia pública.

Que balanço o próprio grupo tem feito do espetáculo?

Todos os integrantes do BTCA, bem como a direção do Teatro Castro Alves, estão imensamente felizes. Isto se deve à potente comunicação que o espetáculo emprega junto ao público, despertando as mais variadas sensações. Acreditamos que nesta nova fase do BTCA, onde inauguramos um novo perfil para a companhia, conseguimos lançar um novo olhar sobre a dança contemporânea e quebrar paradigmas a respeito da própria dança. Avançamos nesta direção e investimos na pesquisa de uma dança que se utiliza da maturidade para criar canais de comunicação.

A apresentação do BTCA é das mais aguardadas do festival. Como o grupo tem encarado esse desafio?

Ficamos muito felizes em poder voltar ao Festival de Joinville, depois de anos ausentes da programação. Mais felizes ainda por conseguir levar A quem possa interessar a um público de dança, em sua maioria jovens, que se espelharão no trabalho. Torcemos para que seja um grande e inesquecível encontro.

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