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Primeiro livro lido por Juca Ferreira foi “Robson Crusoé”. | Agência Brasil
Primeiro livro lido por Juca Ferreira foi “Robson Crusoé”.| Foto: Agência Brasil

Na abertura do Seminário Internacional sobre Política Públicas do Livro e Regulação de Preços, na manhã desta terça-feira (30), o ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse que o Brasil não dá a importância necessária à leitura e que é uma vergonha nosso índice de livros per capita ano ser de apenas 1,7 por ano. Ele defendeu que seja feita uma campanha de estímulo à leitura semelhante à contra a paralisia infantil.

“É de uma gravidade enorme a questão da leitura. Termos 1,7 livro per capita ano é uma vergonha. É abaixo do índice de leitura de vários países vizinhos com índices de pobreza maior do que o do Brasil. O Brasil, sétima economia do mundo, nunca deu a importância necessária à leitura. É um índice muito baixo para que a gente não fique preocupado, como nação”, discursou Juca, emendando um pouco depois:

“Devemos levar a leitura para campanhas semelhantes à do Fome Zero (programa que originou o Bolsa Família) e a da paralisia infantil.

Para Juca, os três pilares da literatura são a família, a escola e a biblioteca. Os três – ou ao menos algum deles – têm que estimular o interesse da criança pelos livros, segundo o ministro. Juca lembrou que as histórias em quadrinhos despertaram nele a curiosidade por esse mundo. E contou que seu primeiro livro foi dado a ele por “Papai Noel” e foi “Robson Crusoé”, traduzido por Monteiro Lobato.

“A leitura tem que ser apresentada como algo prazeroso, das crianças terem curiosidade por saberem que dali vai sair algo interessante”, afirmou.

Analfabetismo funcional

Juca disse que quando foi secretário municipal de Cultura de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad, ficou chocado ao ser informado por um colega de que dos 12 milhões de moradores da capital paulista, 5 milhões são analfabetos funcionais, ou seja: sabem ler, mas não captam integralmente o teor do que leem.

“É preciso enfrentar isso. Não podemos encarar isso como um dado normal. Nossa herança histórica não é boa”, pontuou.

O ministro defendeu ainda que haja um melhor ambiente regulatório para a cultura, para desestimular o fechamento das livrarias de rua e para impedir que autores e compositores brasileiros deixem de receber direitos autorais.

Na mesa de debates, estava o secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa e na plateia, o senador Cristovam Buarque, que disse que parte das desigualdades sociais se devem ao fato de os municípios serem desiguais e oferecerem diferentes níveis de qualidade educacional. Sobre isso, Juca disse ver com “simpatia” a ideia da federalização da educação básica.

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