Monólogo Meu Saba agrada plateia no Sesc da Esquina

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Foi com um longo aplauso que o público do Festival de Teatro de Curitiba recebeu a estreia nacional do monólogo Meu Saba, apresentado na noite de sexta-feira (3) no teatro do Sesc da Esquina. Projeto da atriz Clarissa Kahane, o espetáculo é inspirado no livro Em Nome da Dor e da Esperança, da autora Noa Bem-Artzi, neta do primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin – 2015 marca os 20 anos do assassinato do político, em 1995.

No palco com um cenário simples, Clarissa, que interpreta a neta de Rabin, fala da história do avô de seu ponto de vista. Os fatos se desenrolam em um espaço de tempo em que ela precisava subir em uma tribuna para falar sobre “Saba”, no dia de seu enterro.

Rabin foi morto por um radical israelense que discordava de sua visão sobre o conflito entre Israel e Palestina. Em 1994, Rabin assinou os Acordos de Oslo com Yasser Arafat, então presidente da OLP: ambos se comprometiam unir esforços pela paz entre os dois povos, aliança que teve mediação do presidente dos Estados Unidos na época, Bill Clinton.

A neta aborda não só questões políticas (como a apreensão que sentiu na época do acordo, achou que o avô não apertaria as mãos de Arafat, por exemplo), mas também sua convivência com Saba, e até um certo incômodo de ser sempre conhecida como “a neta do primeiro-ministro”.

A infância passada na casa dos avós, suas conversas e revoltas da adolescência em meio à guerra e os feitos de Rabin como político são alguns dos assuntos trazidos à tona.

Apesar da atuação correta da atriz e da excelente iluminação (de Aurélio de Simoni), o espetáculo peca na reflexão sobre o tema Israel x Palestina. Talvez por ser inspirada no livro de Noa, a visão do assunto fica exageradamente unilateral.

De qualquer forma, é uma das boas surpresas até agora da programação do Festival, que termina no domingo (5).

Meu Saba tem nova sessão neste sábado (4), às 21 horas.