"A matriz de todos os grandes musicais da Broadway". Assim o diretor Jorge Takla define "My fair lady". Ele assina a direção da montagem que estréia em São Paulo nesta sexta-feira, no Teatro Alfa. Takla, que tem um apreço especial por musicais e óperas, explicou que o musical, cuja estréia na Broadway foi em 1956, foi o primeiro do gênero a ter suas músicas nas paradas de sucesso e a bater recordes de público.
- "My fair lady" é considerado um dos melhores musicais de todos os tempos, graças à elaborada dramaturgia e às músicas, que são obras-primas. Se em teatro, o sonho de todo diretor é fazer "Hamlet" e em ópera, "La traviata", em musical, o desafio é montar "My fair lady". Cada um representa um pilar, um clássico em seu gênero - explicou o diretor.
Baseado na peça "Pigmaleão", de George Bernard Shaw, o musical conta a história de um poderoso e destacado professor de fonética, Henry Higgins (Daniel Boaventura), excêntrico, mimado e sedutor, que aposta com seu amigo Coronel Pickering (Tadeu Aguiar) ser capaz de transformar uma pobre vendedora ambulante de flores, Eliza Doolittle (Amanda Acosta), cujas aspirações se reduziam a conseguir algumas moedas nas imediações de Covent Garden, em uma grande dama da sociedade. Depois do sucesso da Broadway, o musical ganhou uma versão cinematográfica em 1964. O filme, estrelado por Audrey Hepburn, levou quase todos os Oscars daquele ano.
Sob a batuta de Takla, estão 36 atores, que contam com um guarda-roupa de 300 figurinos, desenhados por Fábio Namatame, e 150 perucas. Para dar vida às canções que pontuam a peça, há uma orquestra de 20 músicos, comandados em cena por Vânia Pajares. A ação se desenvolve em oito luxuosos cenários, criados por Daniela Thomas.
- Em 1995, comecei a trabalhar para montar "My fair lady". Tive que desistir pois não encontrava um ator para o papel principal. Hoje tenho um elenco maravilhoso, que se equipara aos da Broadway. Há 10 anos era impossível encontrar atores tão preparados no Brasil - disse Jorge Takla.
A montagem brasileira usou as mesmas partituras e orquestração do original. O texto também foi mantido na íntegra, sem alterações. Para evitar regionalismos, o tradutor Cláudio Botelho optou por criar para Eliza Doolittle uma forma errada de falar, mas sem sotaque.
- A linguagem é importante no enredo, pois é ela o que diferencia as classes sociais e é assim que a obra satiriza as relações. Optamos por uma Eliza Doolittle que fala errado e tem uma voz estridente - disse Takla.
A previsão é que o musical fique sete meses em cartaz na capital paulista. Nesse período, estima-se que a peça seja vista por mais de 130 mil pessoas. Depois, o espetáculo deve excursionar pelas principais capitais do Brasil.
"My fair lady" - Estréia 9 de março - Quinta e sexta, às 21h. Sábado, 17h e 21h. Domingo, 16h e 20h. Ingressos: de R$ 185 a R$ 40. Teatro Alfa - Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722 - Sto. Amaro - Informações: 11 5693-4000 e 0300 789-3377
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