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Parque Histórico do Mate, em Campo Largo: fechado para visitação desde 2011, local está abandonado e foi tomado pela vegetação. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Parque Histórico do Mate, em Campo Largo: fechado para visitação desde 2011, local está abandonado e foi tomado pela vegetação.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

O Parque Histórico do Mate, em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, será municipalizado nos próximos meses, segundo o secretário estadual da Cultura João Luiz Fiani. Para coordenar essa transição, nomeou a atriz e administradora de empresas Ingrid Bozza como diretora do espaço. De acordo com o próprio Fiani, ela não atuou em equipamentos como esse antes. “Ela é uma técnica de administração, não tem experiência em museus. Vai atuar nesta primeira etapa, de consertos e limpeza”, contou o secretário.

O local, com 31,7 hectares, carece urgentemente de cuidados. Fechado para visitação desde 2011, está abandonado e foi tomado pela vegetação, o que lhe rendeu o apelido de “Parque do Mato”. Quem nunca foi ao local, no km 17 da BR-277, fica sem saber que ali está um museu historicamente importante para o Paraná. A revitalização e reabertura ao público estava entre as promessas de campanha do governador Beto Richa (PSDB) na campanha pela reeleição, em 2014.

Museu do Parque foi construído no século 19

Até o início da Primeira Guerra, em 1914, o Paraná se mantinha economicamente graças à produção da erva-mate e exportação para Argentina, Uruguai e Paraguai. Até então, havia pelo menos 90 engenhos dedicados ao beneficiamento da erva.

O Parque Histórico do Mate remonta justamente a essa época. O antigo engenho da propriedade, erguido na segunda metade do século 19, foi tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) no início dos anos 1980. A restauração data de 1984, quando o espaço foi transformado em Parque e, o prédio, em Museu. Além do viés histórico, a área com árvores nativas e lago serviu como área de lazer por quase 30 anos.

Segundo Ingrid, cuja nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado de sexta-feira (20), a primeira etapa da transferência do parque ainda está sendo cumprida. “A assessoria jurídica da secretaria está verificando os termos legais para esse processo. Estamos aguardando”, afirmou.

A nova diretora é formada em Administração pelas Faculdades Integradas Camões e já trabalhou em empresas privadas como Unilever e Uniplast (em Pinhais). Como atriz, trabalhou com o secretário diversas vezes, já que participou de várias montagens no Teatro Lala Schneider, fundado por Fiani.

Entre os títulos estão “O Auto da Compadecida”, “A Casa do Terror (Parte 1)”, e “As Mocinhas da Cidade”, que lhe rendeu nomeação ao Gralha Azul de atriz coadjuvante em 2014. Em 2016, foi indicada novamente na mesma categoria, agora pelo infantil “A Arca de Noé”, da MRG- Produções Artísticas. De acordo com ela, seu contrato na Secretaria da Cultura não tem prazo estabelecido.

Primeiras providências

O mato alto, no entanto, deve ser retirado nas próximas semanas, segundo Fiani. O modelo de administração no momento em que o parque estiver em funcionamento não foi definido. Uma cogestão secretaria estadual da Cultura-prefeitura de Campo Largo, portanto, não está descartada por ora.

Fiani, que esteve no Parque na semana passada e se reuniu com a prefeitura de Campo Largo, afirma que o desejo de transferir a administração obedece a um modelo ‘municipalista’ do governador. “Já era nossa vontade fazer isso, mas o prefeito anterior (Affonso Guimarães, do PSD, que não se reelegeu) não demonstrava muito interesse”, diz. “Cerca de 80% do nosso orçamento é para manutenção de equipamentos. Com essa economia, conseguiremos fazer ações programáticas”, afirma o secretário.

Com a eleição de Marcelo Puppi (DEM), o projeto foi retomado e, de acordo com estimativa de Fiani, esse processo será finalizado em até seis meses. A Rodonorte também participa da transição, já que será necessária uma melhoria no acesso ao parque.

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