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Produção, hoje no quinto ano, demonstra forças para um futuro longo antes da natural decadência. | Divulgação
Produção, hoje no quinto ano, demonstra forças para um futuro longo antes da natural decadência.| Foto: Divulgação

Imagine que você é o showrunner de um seriado; o sujeito com a palavra final. É sua a responsabilidade de trazer fechamento para um programa de três, seis, nove temporadas. Como estabilizar personagens, fechar arcos narrativos e definir um ponto final, contando com problemas de calendário e de contratos, além de atores já perdidos para outros projetos. É uma grande problemática que não por acaso gera tantas insatisfações quando o assunto é o encerramento de uma série.

Por mais que alguns de nossos programas favoritos às vezes degringolem – nem os populares Lost, Dexter e House escaparam de eventuais quedas –, a verdade é que desligar um seriado se faz uma missão bastante difícil. Raros são os casos em que uma série consegue se manter em alta de cabo a rabo, atingindo o fim sem perder credibilidade, como em Breaking Bad e The Wire – as quais tiveram “apenas” cinco temporadas.

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Em uma conferência do PGA (Sindicato dos Produtores da América, em tradução livre), no ano passado, os responsáveis por The Walking Dead (que tem as quatro primeiras temporadas disponíveis na Netflix) demonstraram confiança quanto a um potencial longo futuro para a atração, hoje em sua quinta temporada. David Alpert, um dos executivos, afirmou sem rodeios que há ideias estabelecidas para a 10.ª temporada, além de referências para a 11.ª e a 12.ª, se o programa sobreviver até lá.

Considerando a premissa do mundo pós-apocalíptico, a chance certamente é tentadora: seria possível demonstrar vários estágios de desenvolvimento desse universo cuja maior problemática nem sempre são zumbis. A tarefa de levar a série adiante por muito tempo ainda pode ser facilitada se lembrarmos que o produto tem como base a história em quadrinhos homônima, com mais de 130 edições. Pode-se sempre recorrer ao texto-fonte, além de que o próprio contexto de planeta às traças favorece constantes remoções e inserções de personagens na trama — qualquer um, afinal, pode sumir ou morrer sem que grandes voltas sejam dadas para isso.

Até o momento, a audiência de The Walking Dead é estrondosa, e não há sinais de enfraquecimento da série em si. Muito pelo contrário, está para estrear F ear The Walking Dead, um novo seriado cujo enredo cobrirá os eventos anteriores à epidemia de zumbis. A força da marca segue tão forte que esse spin-off, ainda que sequer iniciado, já possui uma segunda temporada confirmada.

O caminho do fim

Se The Walking Dead for tão longe quanto a especulação de Alpert (e a essa altura, claro, só podemos especular), a série obrigatoriamente seguiria uma das duas seguintes estradas: na primeira delas, entraria em natural decadência, sendo carregada aos trancos enquanto gerasse dinheiro e chegando a um fim esquecível, repleto de personagens irrelevantes. Não seria a primeira, muito menos a última a contar com um fechamento aquém de seus melhores dias.

A outra hipótese nos faz pensar em uma narrativa que resistiria com força à sua segunda década de existência, conquistando um feito interessante, dado que os únicos seriados americanos contemporâneos a resistir mais de doze temporadas são desenhos (Simpsons; Family Guy; South Park) e dramas policiais (Law & Order: SVU; CSI; NCIS). Diante dessa possibilidade, veríamos uma quebra de regra no que se refere ao dilema que separa integridade de longevidade. Por ora, resta acompanhar até onde vai o combustível de boas ideias.

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