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Espetáculo tem três convidados especiais por noite | Divulgação/
Espetáculo tem três convidados especiais por noite| Foto: Divulgação/

O humor é um excelente aliado da dança contemporânea, que normalmente atinge seus melhores resultados com esse elemento. E essa é a pegada de Cachaça sem Rótulo, que tem ironia desde o título e a concepção. A peça estreou em 2013 e volta por duas noites ao Teatro Cine Glóriah, na Praça Tiradentes.

Criado pela Entretantas Conexões, de Gládis Tridapalli, Ronie Rodrigues e Mábile Borsatto, o espetáculo traz várias provocações em que Gládis e Ronie se desdobram sobre a dificuldade de se fazer dança hoje em dia sem patrocínio. Na estética e na ética, é uma criação sobre engajamento, resistência e, tema caro ao grupo, a relação com o público. Os próprios bailarinos e a própria obra são colocados em xeque nesse contexto de questionamentos múltiplos.

Uma surpresa durante o espetáculo é a participação de três convidados especiais por noite. Eles recebem uma pergunta por e-mail e a instrução de que terão de respondê-la num dado momento da apresentação – momento este que saberão ter chegado quando se virem de microfone na mão. Entre os convidados desta temporada estão Nena Inoue e Nadja Naira, o rapper Menthor Ribas, e o produtor Gehad Hajar.

SERVIÇO

Cachaça sem rótulo

Teatro Cine Glóriah (Praça Tiradentes, 106, Galeria Pinheiro Lima), (41) 3013-5070. Dias 18 e 19 às 20 horas. R$10 e R$5 (meia). Classificação indicativa: 18 anos.

Público

Uma das questões importantes ao grupo e a esta coreografia é a recepção por parte do público, e um dos objetivos é estender o alcance da obra para além da própria classe dançante e teatral. “Estamos sempre levando para a rua, alunos de escola, até a família da babá do meu filho irá assistir”, contou Gládis à Gazeta do Povo. O que coloca um elemento de risco maior, já que há questões provocativas como a nudez (por isso a indicação para maiores de 18 anos). Mas essa é também uma metáfora importante na obra, que discute a exposição do artista/bailarino no palco.

Mas Gládis evita categorizar o trabalho: afinal, o título já informa que se trata de algo sem rótulo. (A parte da cachaça também é real e tem gente que inclusive exagera nas doses.) “Nossa pesquisa está indo para um lugar desconhecido, seria dança-teatro? Dança contemporânea?”, questiona. “Queremos que seja um encontro, acima de tudo.”

Além de Curitiba, Londrina, Manaus, São Paulo e Belém integram o roteiro desta temporada, que foi premiado pela Funarte no edital de dança Klauss Vianna.

Formação

A primeira sorte que Gládis considera ter tido na vida foi, aos 6 anos, deparar-se com uma professora “maluca” em sua escola de Santo Ângelo, interior do Rio Grande do Sul. Em sua aula de “dança criativa”, ela levava as crianças para montanhas e piscinas, afirmando tratar-se de atos performáticos. “Depois me sentia inferior por não ter feito uma escola técnica, mas hoje considero que me livrei de vícios de dança por causa disso”, relembra a bailarina.

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