Umbigo: a dramaturgia do egoísmo no meio da rua

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Bebedouro, Largo da Ordem, pleno sol das 13 horas. Não era esperado, mas o espetáculo crítico ‘Umbigo’ conseguiu juntar uma plateia significativa. Sentado no chão, o público curioso pôde aproveitar a história que se passa na fictícia cidade de Umbilândia. Egoísmo, antiética, corrupção, egocentrismo, intolerância, mídia sensacionalista foram apenas alguns dos temas levantados pela trama de comédia e improviso.

“Meu umbigo não é o mesmo que o seu.” A música imponente ecoa. São quatro personagens: Rick Silva, José Arésio, Mary Maravilha e Joana Calcutá. A peça gira em torno da defesa de que um é melhor que o outro. Rick, o narcisista; José, o corrupto intolerante; Mary, a iludida jovem que faz de tudo pela fama; e Joana, a ‘Senhora do Egoísmo’.

As metáforas imediatamente colocam todos em sintonia com o espetáculo, pois cada crítica que faz durante os 70 minutos de apresentação leva o público a perceber falhas comuns da sociedade. “É um estudo sobre egoísmo e seus costumes nas ruas, fazendo com que o público se identifique com cada história”, comenta Caroline Falero, diretora do espetáculo do Grupo Triho de Teatro Popular, de Porto Alegre. O texto, que é uma adaptação do autor Fábio Castilhos, é composto por fragmentos de pura improvisação do grupo teatral em torno do tema.

É a primeira vez que o Grupo Trilho leva uma peça às ruas – os integrantes acharam que o assunto precisava de uma encenação que contasse com a interação das pessoas. Foi aí que Luís Yurk, 22 anos, participou do espetáculo. E deu um show. Ao pedirem que fizesse qualquer coisa, o estudante apenas protestou: “As pessoas se preocupam com valores como a vaidade e o egoísmo, e acabam se esquecendo de partilharem o pão. De barriga cheia, claro que a sociedade não reclama. Enquanto gastam com futilidade, tem gente passando fome. Precisamos de amor e compaixão. Todos merecem respeito, comida e moradia”.

Serviço:

Umbigo

27 de março, às 16h, na praça Generoso Marques.

Peça gratuita