• Carregando...
Antes de chegar a Trump, Spawn mata cosplayers. | /Reprodução
Antes de chegar a Trump, Spawn mata cosplayers.| Foto: /Reprodução

Uma versão fofa e não menos letal de Spawn engrossa as manifestações artísticas que se opõem diretamente à escalada de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas. “Spawn mata todo mundo”, tradução livre do título da nova HQ “Spawn Kills Everyone”, lançada nesta quarta-feira (17) deixa claro o destino do republicano ao cruzar o caminho do Soldado do Inferno.

Em formato ‘baixinho’, ou chibi, na linguagem dos mangás, (leia mais abaixo), o roteiro mistura realidade e fantasia: o cenário da história é a Comic Con de San Diego, um dos maiores encontros de amantes dos quadrinhos. O próprio “Spawn Kills Everyone” era para ter sido lançado na última edição, realizada em junho.

“Ele [Spawn] acredita que vai fazer o grande anúncio de um filme com os astros do cinema, mas se engana e acha que todo mundo que está fantasiado é super-herói”, contou o criador, Todd McFarlane, em vídeo em seu canal no YouTube.

O pequeno Spawn empreende sua caminhada sangrenta, eliminando todos os cosplayers do lugar até se encontrar com Trump. Sem atenuar, McFarlane coloca o candidato ao lado de nada menos que Caveira Vermelha, o vilão nazista surgido em Capitão América.

Um golpe certeiro arranca as cabeças de Trump e do vilão nazista Caveira Vermelha.

“Caveira Vermelha! Donald Trump! Eu não vi nada na internet a respeito de um remake de ‘Os Produtores’”, diz o personagem. A criação de Mel Brooks a que o Soldado do Inferno se refere, filme e musical de sucesso, conta o plano de um diretor de teatro fracassado que produz um espetáculo propositadamente de péssima qualidade para ficar com o dinheiro investido na peça, armação frustrada quando o título vira um sucesso.

Sem direito a fala, Trump é sumariamente executado ao lado do nazista: os dois são degolados em um golpe habilidoso em que as cabeças também trocam de corpos. Morto, Trump assume então o uniforme nazista do personagem. “Isso é mais apropriado. E, Donald, você está ÓTIMO de novo, modéstia à parte”, termina Spawn, arruinando as chances de McFarlane receber convites para a Casa Branca em caso de vitória republicana e fazendo trocadilho com o slogan de campanha de Trump (‘Make America GREAT again’).

A violência do trecho motivou alguns protestos nas lojas virtuais onde a revista está à venda. “Se fosse Hilary Clinton, a mídia já teria feito um escândalo”, argumentam os críticos. McFarlane não havia se pronunciado sobre o caso até o fim da tarde de quarta.

Chibi

No Brasil, “O Doutrinador” mata políticos corruptos

Se o encontro sanguinário de Spawn e uma figura política é um caso isolado nos quadrinhos, “O Doutrinador”, HQ independente brasileira de Luciano Cunha, fala de um justiceiro que se ocupa de eliminar apenas vereadores, deputados, governadores e outros ocupantes corruptos de cargos do Executivo.

Enquanto Spawn é representante do diabo, o personagem do Doutrinador, que carrega referências de “O Justiceiro”, da Marvel e de filmes como “Bastardos Inglórios”, de Quentin Tarantino, se torna um vigilante apoiado pela opinião pública, encantada com algum tipo de justiça, mesmo que a regida pelo ‘olho por olho’.

A história, que deve ganhar o terceiro álbum em breve, vai virar inspirar a produção de um filme, previsto para 2018, e duas séries, que devem estrear no ano que vem.

O roteiro de Todd McFarlane acompanha o traço de JJ Kirby, que transformou a aparência assustadora da versão original em algo que se aproxima do humor e até da fofura, estilização típica dos quadrinhos japoneses. “Os chibi, como vocês sabem, têm uma cabeçorra e uma barriguinha de bebê. Apesar de ser fofo, ele também é bem durão. Vai haver carnificina”, adiantou McFarlane em vídeo postado em 1º de agosto.

O “humor” do personagem também se assemelha a Deadpool, com mais tiradas sarcásticas do que o costume. Mas até o mercenário tagarela leva a pior, acusado de ter copiado o visual do pequeno.

McFarlane também faz homenagens: uma das armas de Spawn é Lucille, taco de beisebol coberto de arame farpado igualzinho ao que Negan usa em “Walking Dead”, nos quadrinhos e na série. A intenção está explícita. “O humor e sátira em referências da cultura pop vão fazer muitos geeks gargalharem”, diz a apresentação no site do criador.

Onde comprar

A nova roupagem de Spawn ainda não está disponível em português, mas os fãs podem, por enquanto, comprar a versão para Kindle da revista no site brasileiro da Amazon a R$ 9,49. Veja mais informações no McFarlane.com.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]