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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A Casa da Mulher Brasileira (CMB), espaço criado pela prefeitura para atendimento a mulheres que são vítimas da violência doméstica disponibiliza um novo serviço: a colocação ou recolocação no mercado de trabalho. A iniciativa é conjunta com o Ministério do Trabalho, que presta atendimento dentro da Casa, e encaminha as pessoas atendidas para concorrer a vagas disponíveis. São mulheres que estão fora do mercado há anos, muitas vezes por imposição do parceiro, e têm dificuldades em retomar sua autonomia financeira.

A coordenadora de políticas para mulheres da prefeitura de Curitiba, Terezinha Beraldo, explica que esse é mais um serviço que a Casa da Mulher Brasileira passa a prestar como forma de ajudar a resolver praticamente todos os problemas que as pessoas na condição de violência atravessam. “Geralmente essa é a mulher que deixou de estudar, têm filhos, muitas vezes fora da creche, não tem qualificação, capacitação, não lida bem com informática. A ideia é ter tudo que ela precisa para resolver sua situação de maneira imediata”, explicou.

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Além de todo o atendimento feito no local, a preocupação agora é desenvolver projetos que ajudem na reconquista da independência. Das 250 mulheres atendidas pelo serviço de autonomia econômica, apenas nove conseguiram emprego até o momento. Para ampliar esse número, Teresinha explica que vem procurando parcerias para qualificar as mulheres que procuram a Casa da Mulher Brasileira. “Não dá nem 5% de taxa de colocação, mas isso se deve ao grau de deficiência na capacitação. Pretendemos trabalhar de forma descentralizada, atuando com as 10 regionais da cidade para buscar suprir isso. Também estamos fazendo reuniões em busca de recursos para essa capacitação”, explicou, citando que tem procurado apoio do governo federal e também dos grupos como o Mulheres Empreendedoras do Paraná.

No primeiro estágio, a coordenadora explica que a busca é por encaixar as pessoas em cargos de serviços gerais, que exigem menor qualificação. Mas já existem projetos em curso para atingir outros setores do mercado, como a construção civil. “Estamos tentando fechar uma parceria, tirar do papel um projeto de inserção da mulher na construção civil. Existe essa demanda, já que a mulher tem questões de capricho, delicadeza, atenção, para algumas áreas como azulejista, pintura, elétrica”, contou.

Núcleo da Delegacia da Mulher

A Casa da Mulher Brasileira também tem integração ao serviço de registro de queixa, que é responsabilidade da polícia. Desde 26 de abril deste ano, um núcleo da Delegacia da Mulher (DM) está à disposição das pessoas que chegam ao local buscando atendimento. Segundo Teresinha, a ideia é ofertar um processo conjunto que resolva os problemas das pessoas. “A grandeza do serviço é ter no mesmo local todos os serviços necessários para efetivar os direitos. Aqui ela chega, é acolhida, no preenchimento do cadastro já repassa informações sobre o que está passando, vai para o psicossocial, faz BO, tem defensoria, tribunal, tudo aqui”.

A coordenadora revela que, desde a instalação do núcleo da DM na Casa, a procura pelo local só aumenta. Segundo dados da CMB, em abril foram 771 mulheres atendidas pela instituição. Em maio, os números quase dobraram, passando para 1200 atendimentos. “Muitas vezes a mulher que ia à delegacia não chegava até aqui. Com o núcleo aqui, ao chegar, essa pessoa já entra na nossa estatística. É ofertado tudo para ela”, destacou.

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