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Tatiana Rimi com a filha, que foi vítima de racismo em um café em Sao Paulo | Facebook/Reprodução
Tatiana Rimi com a filha, que foi vítima de racismo em um café em Sao Paulo| Foto: Facebook/Reprodução

Um casal de Curitiba presenciou a filha de 11 anos ser vítima de racismo em uma cafeteria da rede Starbucks, no bairro Jardins, em São Paulo. O médico e advogado Jorge Ribas Timi e a esposa Tatiane Timi denunciaram nas redes sociais que a menina — que é negra e foi adotada pelo casal quanto ainda bebê — foi abordada pelo segurança da loja. O homem teria segurado a criança pelo braço e avisado que ela não poderia permanecer ali porque o estabelecimento não admitia pedintes.

O caso foi no dia 15 de julho, mas ganhou repercussão no último fim de semana, depois que o casal decidiu compartilhar a situação nas redes sociais.

O pai da menina conta que decidiu levar a esposa, a sogra, a filha e o filho menor para um fim de semana de férias em São Paulo. Lá, decidiram fazer um lanche na cafeteria na Alameda Santos, no bairro Jardins.

“Minha filha estava a dois, três metros de mim. Eu cheguei, perguntei o que estava acontecendo e ele perguntou de quem era a criança. Eu respondi que era minha filha. Ele deu uma olhada geral na loja, como se estivesse procurando um casal negro, e perguntou de novo. Eu respondi de novo que era minha filha”, relatou Timi.

De acordo com o pai, o segurança justificou estar seguindo orientações da gerente. A gerente, por sua vez, respondeu que estava cumprindo normas do próprio estabelecimento. A Polícia Militar foi acionada na hora e um boletim de ocorrência foi registrado ainda no local do crime.

No mesmo dia da situação, Timi disse que foi procurado pessoalmente por um funcionário da Starbucks que prometeu tomar providências sobre a situação. Três dias depois, um coordenador de operação da empresa no Brasil procurou pela família, lamentando o “incidente desagradável”.

“Eu respondi para ele que incidente desagradável é queimar a língua com café quente e não o que aconteceu na loja”, relatou o pai. “É duro. A minha filha está sofrendo muito com isso, minha esposa está sofrendo muito com isso. Todos estamos”, contou. “Mas também estamos recebendo muito apoio”.

Em nota, a Starbucks se referiru ao caso como incidente e reiterou que lamenta “a experiência que a família teve em uma de nossas lojas”.

“Se existe, por parte da família, o sentimento de que a experiência não foi agradável, sem dúvida alguma, nós não atingimos o que era esperado e, por isso, estamos realizando uma apuração completa do ocorrido”, afirmou a empresa, acrescentando que “a acusação realizada é muito séria e não condiz de forma alguma com os valores e princípios que guiam a nossa caminhada”.

Segundo o médico, a família já entrou com processo penal contra a gerente da loja. “A gente pensou muito antes de divulgar isso, mas decidimos que era importante para que não volte a acontecer com outras pessoas”, afirmou Timi.

Leia a nota na íntegra a nota da Starbucks :

“Nós da Starbucks® entendemos que nosso propósito vai muito além de fornecer aos nossos clientes uma bebida preparada de forma perfeita. Nossa atividade, na verdade, mexe com a conexão humana. Nossos partners são preparados para se envolver com nossos clientes, dialogar e rir com eles, ainda que por apenas alguns minutos.

É com esse envolvimento mútuo que nos orgulhamos de ter criado um ambiente em que nos sentimos à vontade para encontrar amigos, familiares ou parceiros comerciais e onde certamente somos tratados com o respeito e a dignidade merecidos, independentemente de gênero, raça, etnia, orientação sexual, religião ou idade.

Prezamos pela ética, integridade e transparência em tudo o que fazemos. Nossa missão é inspirar e nutrir o espírito humano – uma pessoa, uma xícara de café e uma comunidade de cada vez.

Tudo isso se reflete em nossas ações de responsabilidade social, nossos projetos de inclusão, de contratação de minorias, de desenvolvimento de jovens aprendizes e diversas horas de treinamento investidas em nossos partners para reforçar ainda mais os valores éticos e o padrão de excelência de nosso atendimento.

Em relação ao incidente relatado pelos clientes Jorge Ribas Timi e Tatiane Timi, tivemos a oportunidade de, pessoalmente e por telefone, lamentar pela experiência que a família teve em uma de nossas lojas. Esforçamo-nos muito para trazer momentos agradáveis a nossos clientes. É esse o sentimento que nos move, dia a dia, a sempre tentar melhorar o nosso atendimento e os nossos produtos.

Se existe, por parte da família, o sentimento de que a experiência não foi agradável, sem dúvida alguma, nós não atingimos o que era esperado e, por isso, estamos realizando uma apuração completa do ocorrido. A acusação realizada é muito séria e não condiz de forma alguma com os valores e princípios que guiam a nossa caminhada. Não descansaremos até esclarecer os fatos e, se constatado algum desvio, identificaremos os responsáveis e tomaremos as providências cabíveis.

Será bem-vinda a oportunidade de trabalhar com a família nessa causa – para fazer da forma correta e contribuir para uma comunidade cada vez melhor.

Ao nosso público em geral reafirmamos que a Starbucks® tem um comprometimento de longo prazo com a diversidade e inclusão e não tolera qualquer desvio desses valores e princípios que guiam o nosso negócio.

Nosso canal de atendimento seguirá à disposição de todos.”

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