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Crianças em tratamento no Pequeno Príncipe puderam sair da rotina na escalada do paredão. | Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Crianças em tratamento no Pequeno Príncipe puderam sair da rotina na escalada do paredão.| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Crianças do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, puderam sair da rotina do tratamento na manhã desta terça-feira (22), experimentando a adrenalina de subir um paredão de escalada de 6 m. Além de distrair os pequenos, que muitas vezes vêm de outras cidades e passam o dia inteiro esperando uma consulta, a atividade ajuda a estimular a coragem nas crianças para enfrentar o tratamento de suas doenças. A atividade contou com a presença do alpinista paranaense Waldemar Niclevicz, primeiro brasileiro a escalar a montanha mais alta do mundo, o Everest.

- FOTOS - veja mais imagens das crianças no paredão do Pequeno Príncipe

É o caso de Antonio Frances Neto, 12 anos, que tem problemas no coração, no pulmão, e paralisia do lado esquerdo do corpo. Mesmo assim, o menino fez questão de subir o paredão até o topo. “Ele não costuma fazer atividades físicas por causa dos problemas de saúde. Então para nós é uma vitória ele ter conseguido ir até o topo sem passar mal”, comemora a mãe de Antonio, Maria de Fátima Barbosa, que a cada 15 dias vem com o filho de Amaporã, no Noroeste do Paraná, para seguir o tratamento.

Até então, Antonio nunca tinha escalado. “Só em sonho”, afirma o menino. “Eu estava com medo, mas quis ir mesmo assim, fiquei até tremendo. Mas agora que eu sei que consigo vou fazer de novo”, conta Antonio.

Escalador paranaense Waldemar Niclevicz (de amarelo) acompanha família durante escalada no Pequeno Príncipe Samara Macedo/HPP

Além da superação física, a escalada também representou superação psicológica para algumas crianças. Entre elas, Pedro Henrique Leal de Souza, 12 anos, que faz tratamento psiquiátrico para ansiedade. De acordo com Soeli Leal, mãe do menino, que veio de São Mateus do Sul, na região Sul do Paraná, as horas aguardando a consulta costumam ser muito cansativas para o filho .“Agora que ele pôde subir, o tempo passa mais rápido e ele aprende a se distrair, assim como com as aulas de vôlei que ele faz na nossa cidade”, explica.

O médico Evando Góis, que trabalha com ortopedia do esporte para crianças e adolescentes no hospital, confirma que atividades como essa ajudam as crianças fisica e psicologicamente. “Sem sombra de dúvida fazer uma escalada, por exemplo, ajuda a criança na superação de dificuldades. Você se colocar em uma situação em que jamais se imaginou e ir além do que esperava, é um aprendizado muito importante”. Além disso, Góis destaca os benefícios do esporte para socialização e desenvolvimento físico.

Como a atividade aconteceu na parte externa, as crianças que estavam internadas não puderam participar. Mas a ideia é continuar promovendo práticas de incentivo ao esporte, trazendo atletas e instrutores ao hospital.

Antonio Frances Neto, que trata de problemas no coração e pulmão, escalou paredão até o topo: para mãe foi uma vitória.Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O paredão, os instrutores e equipamentos de segurança foram oferecidos pela empresa Cinco Treze - Refúgio de Montanha, que fornece serviços de montanhismo e locação de equipamentos para escalada. Segundo Daniele Sauner, proprietária da empresa e especialista em escalada, as crianças têm muito menos medo desse tipo de prática do que os adultos. “Para as crianças a relação com a altura é diferente, então mesmo que ela não suba até o fim, fica sentindo como se estivesse muito alto. E nós, é claro, incentivamos e mostramos como a subida é uma conquista”, relata Daniele.

Colaborou: Cecília Tümler

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