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Moradora Letícia Monte Serrat Titton na frente da garagem cheia de água nesta quinta: desde 1999 Rua Fernando Amaro não tinha alagamento dessa proporção. | Alex Silveira/GAzeta do Povo
Moradora Letícia Monte Serrat Titton na frente da garagem cheia de água nesta quinta: desde 1999 Rua Fernando Amaro não tinha alagamento dessa proporção.| Foto: Alex Silveira/GAzeta do Povo

Quase 24 horas depois da chuva que alagou diversos pontos em Curitiba quarta-feira (14), moradores e comerciantes da Rua Fernando Amaro, no bairro Alto da XV, ainda têm água dentro dos imóveis.

No condomínio Morada Pablo Picasso, a água que invadiu o estacionamento, que segue submerso na tarde desta quinta. Os moradores conseguiram retirar os veículos a tempo, mas duas motos seguem inundadas no estacionamento. Na rua, outros três carros sofreram pane por causa da enchente: a água chegou a um metro aproximadamente.

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“Desde 1999 não acontecia um alagamento como esse”, explica a aposentada Letícia Monte Serrat Titton, 66 anos, moradora do Pablo Picasso desde a fundação do condomínio há 35 anos. “A entrada da nossa garagem pareceria o redemoinho de um rio. Ficamos assustados e sem ter muito o que fazer. Todo mundo se apressou para retirar os carros. Eu já perdi três carros aqui por causa da chuva”, revela.

Além da garagem, os sobrados do condomínio também foram invadidas pela água. A aposentada Rejane de Leão Picheth, 65, conta que teve a parte de baixo da casa completamente submersa – é a área de acesso aos carros, que fica no mesmo nível da garagem. Na na parte de cima, a casa dela foi invadida em cerca de um metro de altura. “Mesmo antes da água baixar completamente, já comecei a limpar a sujeira que ficou da chuva. Tive que contratar três pessoas para me ajudar. Entrou água tão rápido que não deu tempo de levantar os móveis, ainda mais porque na hora do temporal eu estava cuidando da minha neta. É uma sensação de impotência terrível”, diz.

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O filho de Rejane, Thiago de Leão Picheth, 32, é síndico do Pablo Picasso e reclama do prejuízo. “Desde que o condomínio ficou de pé, antes mesmo de eu nascer, existe esse problema. Sempre que chove nós ficamos em alerta e, quando alaga, o prejuízo é certo. Dessa vez, precisamos contratar uma empresa especializada para retirar a água”.

Segundo Thiago, o condomínio gastou perto de R$ 900 para bombar a água para afora - o custo serárateado entre as 21 residências. Até às 15h desta quinta, duas motocicletas ainda estavam submersas na garagem e previsão de retirada total da água é até o fim desta quinta. Isso se não chover novamente. Curitiba e região estão sob alerta de tempestade nesta quinta. De acordo com o Instituto Simepar, tempestades com raios e fortes ventos devem atingir a capital a partir do fim da tarde.

Mais estragos

Alguns metros acima do Morada Pablo Picasso, um comércio de extintores também estava alagado na tarde desta quinta. Fora a limpeza do piso e dos armários, funcionários apelaram a secadores de cabelo para tirar a umidade das tomadas e tentavam aproveitar o sol para secar blocos de notas fiscal e organizavam a oficina de conserto de extintores.

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“É um dia de trabalho praticamente perdido. Temos que fazer um mutirão e deixamos de atender os clientes como gostaríamos”, desabafa Maria Clara Luvizotto, 64, dona da empresa há 22 anos no mesmo local. “Ainda tentamos minimizar os estragos mexendo na infraestrutura do local. Aumentamos a largura das calhas, instalamos telas para conter as folhas que caem das árvores para evitar entupimentos, mas o medo de novos temporais é constante. Moro aqui perto e sempre que começa a chover mais forte e não estou na empresa, procuro passar em frente para saber se está tudo bem”, afirma.

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