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Moradores do bairro Batel, em Curitiba, não aguentam mais os rachas e arrancadões realizados por motoristas imprudentes na Avenida do Batel. Segundo eles, a situação acontece todos os fins de semana, quando donos de motos e veículos de modelos esportivos se reúnem para trafegar em alta velocidade no local.

“Já teve acidentes aqui! É muito grave o que acontece!”, reclamou uma psicóloga de 37 anos que preferiu não se identificar. Os carros e motos que participam da “farra”, de acordo com ela, se reúnem na esquina da Rua Bento Viana aos sábados e domingos no período da tarde, com exceção dos dias de chuva. “Aí eles saem pela avenida acelerando, rasgando pneu e fazendo muito barulho. Tem até gente para filmar a bagunça e postar tudo em uma página do Facebook. É um absurdo!”.

E a maior reclamação é o silêncio das autoridades a respeito do problema. “Será que esses jovens estão protegidos das leis por que a família deles têm dinheiro?”, questiona.

Para o professor universitário Cledio Sobreira da Silva, 52, que trabalha como síndico em um dos prédios da avenida, a situação é um desrespeito aos moradores da região, aos pacientes atendidos no Hospital Santa Cruz – localizado na Avenida Batel, 1889 – e ainda às leis de trânsito. “Sabemos que disputar racha é proibido, assim como trafegar com escapamento aberto e dirigir alcoolizado, mas isso acontece toda semana ao nosso lado e nos coloca em risco”.

Além da preocupação com o perigo, ele afirma que o barulho é excessivo e obriga alguns moradores a sair de casa em busca de silêncio. “Como professor, meu trabalho exige muita leitura, mas não consigo me concentrar aqui e acabo saindo”. Os pais de crianças pequenas também são prejudicados. “Assim que as corridas começam, a gente ouve bebês chorando porque acordaram assustados”. Sem contar os animais, que também não se acostumam com o barulho. “Minha gata estava doente e sempre se assustava quando as corridas começavam. Ela morreu há três meses”, lamentou.

Aceleradas noturnas

Enquanto os rachas perturbam a comunidade no período da tarde, o professor afirma que muitos motoristas também exageram na velocidade e no volume do som durante as madrugadas. “Aqui é caminho para os bares da [Rua] Bispo São José, então, das 23h até as 4h da manhã, os carros passam com um som tão alto que faz nossas janelas estremecerem”.

Ele informa que os problemas já foram relatados à polícia e à prefeitura de Curitiba, mas a situação continua. “O que acontece é que, quando a polícia é chamada e passa por aqui, os baderneiros se dispersam”. Por isso, ele pede um trabalho mais pontual na região. “Ainda que queiram tratar a Avenida Batel como uma rua comercial, muitas pessoas ainda moram aqui e precisam de respeito”.

Policiamento

De acordo com a Guarda Municipal de Curitiba, a GM não possui registros de ocorrências envolvendo rachas ou arrancadões na Avenida Batel, pois infrações dessa natureza são atendidas pelo Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran).

No entanto, afirma que tem atuado de forma intensa com a Operação Balada Protegida, que foi lançada em janeiro deste ano e chegou à 50.ª edição no início de dezembro, com saldo de 3 mil abordagens, 26 detenções e 12 apreensões de adolescentes em diversas regiões da capital. “Trabalhamos de forma fixa nos locais identificados como mais sensíveis, e com patrulhamento por outras regiões com grande aglomeração de pessoas”, informou, em nota.

Já o BPTran – que atende pelo telefone 190 - afirma que tem promovido ações preventivas como blitzes de trânsito e abordagens diárias no bairro Batel, e que a região recebe policiamento intenso devido ao grande número de estabelecimentos comerciais, fluxo de pessoas e atividades noturnas.

A unidade destaca ainda que “quando flagra irregularidades, como rachas, por exemplo, as medidas cabíveis são tomadas e, se constatado crime, os envolvidos são encaminhados” à delegacia.

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