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Frans Krajberg no espaço cultural que o homenageava, em Curitiba, que atualmente está destru[ido e sem uso. | Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo
Frans Krajberg no espaço cultural que o homenageava, em Curitiba, que atualmente está destru[ido e sem uso.| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo

Reconhecido internacionalmente pela sua obra em que denunciava a devastação do meio ambiente, o artista plástico Frans Krajcberg morreu nesta quarta-feira (15) aos 96 anos, no Rio de Janeiro, onde estava internado com um quadro de infecção generalizada.

O artista morava em Nova Viçosa, na Bahia. Mas era especialmente conhecido em Curitiba, cidade que o homenageou com o Espaço Cultural Frans Krajcberg. Localizado atrás da estufa do Jardim Botânico, o espaço mantinha em exposição 110 esculturas doadas por Krajcberg à prefeitura de Curitiba na época em que Curitiba era conhecida como “capital ecológica”. O espaço havia sido oficialmente aberto em 2003.

Veja fotos de Frans Krajcberg com suas esculturas no espaço cultural que levava seu nome

O artista e a prefeitura, contudo, entraram em conflito anos depois. Krajcberg reclamava que a prefeitura não mantinha a adequada conservação de suas esculturas – algo que era de responsabilidade do município. Em meio a uma longa briga judicial, Krajcberg tomou de volta suas obras e as levou para a Bahia. E o espaço cultural que leva seu nome foi fechado para visitação em 2010. Atualmente, está parcialmente destruído, sem uso e a prefeitura ainda não sabe o que fazer com a estrutura.

SAIBA MAIS: Reportagem mostra em detalhes e em fotos como está o Espaço Cultural Frans Krajcberg

Polonês, judeu, brasileiro, artista e principalmente ativista ambiental

De origem judaica, nascido na Polônia e naturalizado brasileiro, Krajcberg estava no país desde 1948 – para onde veio depois de ter tido toda a sua família morta pelos nazistas.

Mais do quem um artista, Krajcberg era um ativista ambiental. Sua obra artística expressava essa preocupação. Suas esculturas eram feitas com troncos e raízes de árvores que ele tirava de locais que tinham passado por queimadas. Era uma forma de denunciar a devastação de florestas provocadas pelo fogo – prática corriqueira no Brasil para abrir espaço para atividades agropecuárias. Ele também fazia pinturas, gravuras e fotografias.

No sítio em que morava em Nova Viçosa, o artista estava construindo um museu para guardar e expor suas obras. Também preservava a mata de sua propriedade.

Segundo o jornal O Globo, Krajcberg estava internado havia cerca de um mês no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. O corpo do artista será cremado. As cinzas serão levadas para seu sítio na Bahia.

  • Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo
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