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Todos os cerca de 150 funcionários da Damasco receberam aviso prévio de demissão | Walter Alves/ Gazeta do Povo
Todos os cerca de 150 funcionários da Damasco receberam aviso prévio de demissão| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Linha do tempo

Nos últimos anos, empresa vinha ganhando terreno em outros estados.

1960 – em 2 de janeiro, as famílias Campos e Bueno fundam a Cafés Unidos Paraná S.A., fruto da união de seis empresas de pequeno porte.

1979 – de uma pequena fábrica no bairro Mercês, a empresa muda-se definitivamente para a Rodovia do Café, onde está até hoje. Além da fábrica em Curitiba, a empresa conta com mais um complexo industrial em Salvador, com capacidade de produção de 5,6 milhões de quilos por mês.

1989-2004 – o período marca uma fase de aquisições e de ingresso no mercado externo. A Damasco inicia as exportações em 1990 e desenvolve a marca Café Copacabana para esses mercados. Enquanto isso, aposta no crescimento por meio da compra de empresas menores. Em 1989 e 1996, adquire as marcas paranaenses Maracanã e Negresco, respectivamente. Em 1999, compra a gaúcha Pacheco; em 2003, a baiana América. A sua última aquisição foi o Café Palheta, do Rio de Janeiro, em 2004. Para os mercados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, a empresa também atua com a marca Bom Taí.

2010 – no ano do cinquentenário, a empresa é vendida para a gigante Sara Lee, companhia norte-americana que é líder de mercado no Brasil.

A norte-americana Sara Lee anunciou ontem um acordo para a aquisição da Café Damasco, líder no mercado de cafés na Região Sul, por cerca de R$ 100 milhões. Tradicional marca paranaense, a Damasco completou 50 anos em 2010, emprega 200 pessoas e é considerada a sétima maior torrefadora de café do país. Em comunicado, a Sara Lee informa que a transação deverá ser concluída hoje e será protocolada com as autoridades brasileiras de concorrência para análise e aprovação.

"A aquisição da Café Damasco criará uma posição de maior firmeza à Sara Lee no território brasileiro, devido à forte posição no mercado da Damasco no Sul do Brasil. A operação também irá trazer (...) uma melhor posição competitiva no Nordeste, graças à excelente unidade de produção da Damasco nessa área", afirmou em comunicado Frank van Oers, CEO da Sara Lee bebidas e panifícios internacionais. O valor do negócio equivale ao faturamento líquido anual da Damasco, de R$ 100 milhões (US$ 60 milhões).

Com faturamento mundial de US$ 11 bilhões, a Sara Lee é líder no mercado de cafés no Brasil desde 2000, com as marcas Pilão e Caboclo, adquiridas da Companhia União. A empresa desembarcou no país em 1998, quando comprou a Café do Ponto, e vem imprimindo um forte ritmo de expansão. A última aquisição foi a Café Moka, de São Paulo, em 2008. Mas a disputa apertada pela liderança com a rival 3Corações, joint venture entre a brasileira Santa Clara e a israelense Strauss-Elite, teria feito a empresa retomar as aquisições. "O mercado de cafés é um negócio bastante regionalizado no Brasil, o que faz com que seja muito mais interessante a compra de uma marca local, reconhecida e com uma boa participação de mercado", afirma Christian Majczak, da GO4! Consultoria. Por isso, é pouco provável que haja alguma mudança na marca. A Damasco recebeu o prêmio Top of Mind da Revista Amanhã deste ano como a marca mais lembrada na categoria cafés no Paraná. Ainda não se sabe se a aquisição contemplará redução de pessoal.

Segundo a Associação Bra­sileira da Indústria de Café (Abic), o consumo de café no Brasil deve crescer 5% nesse ano, para 19,3 milhões de sacas. A meta do setor é chegar a 21 milhões de sacas até 2012. Em 1990, o consumo era de 8,2 milhões de sacas.

A Damasco é a segunda empresa paranaense do setor de bebidas, em três anos, a passar para as mãos de uma mutinacional. Em 2007, a centenária Leão Júnior, dona da marca de chás Matte Leão, foi adquirida pela também norte-americana Coca-Cola.

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