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A antiga fábrica da Siemens, já identificada com o novo nome: processo de fechamento começou em março | Antônio More/ Gazeta do Povo
A antiga fábrica da Siemens, já identificada com o novo nome: processo de fechamento começou em março| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Quem é quem

A marca Siemens está presente em várias empresas em Curitiba, mas ter a palavra no nome não significa que elas são uma só. Entenda:

Siemens Ltda:

A alemã Siemens foi uma das primeiras multinacionais a se instalar na CIC, na década de 1970. É a "matriz" da empresa. Em 2006, em uma reestruturação global, decidiu não atuar mais na área de telecom. Na época, três divisões da empresa foram desvinculadas e posteriormente vendidas – a Siemens Entrerprise Communications (SEN), Siemens Home and Office e a Nokia Siemens Networks. Hoje a Siemens Ltda está presente em Curitiba com o seu centro de pesquisa e desenvolvimento voltado às soluções de smart grid, em parceria com a PUCPR, no Tecnoparque.

Siemens Enterprise Communications (SEN):

Adotou o nome Unify em 15 de outubro. É a dona da fábrica na Rua Pedro Gusso, na CIC. Voltada à produção de softwares na área de telecom, como terminais telefônicos IP (tecnologia de transmissão de voz pela internet), a empresa chegou a investir US$ 5 milhões em uma nova linha fabril, em 2008. Naquele ano, o grupo americano The Gores Group comprou 51% do controle acionário da SEN e iniciou o processo de reestruturação. Em sua nova estratégia, desenvolve soluções em software e serviços. Vai manter em Curitiba o desenvolvimento de produtos, o centro logístico e a filial de vendas.

Siemens Home and Office:

Fazia parte do conglomerado da SEN. Em 2008, teve 80% do capital privado vendido para a Arques Industries, que por sua vez fundou a alemã Gigaset, fabricante de equipamentos de telecom "made in Germany". Ainda conta com participação minoritária da Siemens.

Nokia Siemens Networks:

Joint-venture desfeita em 2008, com a venda de toda a empresa à Nokia. Recentemente assumiu o nome Nokia Systems Networks. Ainda tem unidade em Curitiba, também no Tecnoparque da PUCPR, onde produz equipamentos para telefonia móvel.

50 demitidos

A direção da empresa não divulga o número de pessoas dispensadas com as mudanças. O sindicato da categoria fala em cerca de 50.

A Unify – novo nome da Siemens Enterprise Commu­nications (SEN) – concluiu no fim de setembro o plano de fechamento da unidade fabril da Cidade Industrial de Curitiba. Desde o início deste mês, a operação na capital paranaense ficou restrita a três funções: desenvolvimento de produtos, centro de logística para a América Latina e filial de vendas.

A mudança ocorre ao mesmo tempo em que a ex-SEN, assume um novo posicionamento, com foco em software e serviços. Apesar do nome, a SEN já não pertencia à Siemens havia alguns anos.

O processo de fechamento da área fabril começou em março, quando a empresa anunciou a reorganização da unidade da CIC. Até então funcionava no local um dos quatro maiores centros globais de pesquisa e desenvolvimento de produtos, o centro de logística para a América Latina, uma filial de vendas regionais e a linha de produção. Segundo a empresa, apenas as operações de manufatura foram encerradas.

De acordo com o vice-presidente de marketing e canais para a América Latina da Unify, José Furst, a reestruturação é "um processo normal" no mercado de tecnologia. "É um movimento saudável em que as empresas buscam melhores condições de supply chain [cadeia de logística]. É uma otimização para garantir competitividade", explica.

A fábrica de Curitiba era uma das duas que a empresa tinha no mundo, junto com a da Alemanha – que, segundo Furst, também deixou de produzir. "É comum não ter fábrica neste segmento. Nós vamos trabalhar com uma produção terceirizada", conta. Um funcionário da empresa disse à Gazeta do Povo que a produção passaria a ser feita na Ucrânia.

Demissões

A Unify não revela o número de demitidos. O Seletroar, sindicato que representa os trabalhadores da indústria eletroeletrônica, afirma que em torno de 50 pessoas foram demitidas há cerca de três meses – há pelo menos um mês ninguém mais trabalha na fábrica, segundo um funcionário. A empresa diz que em torno de 250 colaboradores ainda trabalham na unidade, nas funções que foram mantidas.

Segundo Furst, a empresa ainda não definiu se vai deixar o imóvel que ocupa na CIC. A Gazeta apurou que a empresa estaria buscando um escritório no Centro de Curitiba, já que um investidor de São Paulo, dono do terreno, já teria colocado a área à venda.

Importância

Para o executivo da Unify, o novo posicionamento dá importância à unidade de Curitiba. "O centro de desenvolvimento da cidade é um dos quatro mais importantes do mundo e o novo projeto garante ainda mais importância à unidade", diz Furst.

Colaborou Fernando Jasper

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