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Funcionários  do Colégio Estadual Bom Pastor, no Mercês, em Curitiba, corriam para deixar a escola limpa nesta terça-feira (10). | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Funcionários do Colégio Estadual Bom Pastor, no Mercês, em Curitiba, corriam para deixar a escola limpa nesta terça-feira (10).| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Tema discutido ao longo da greve dos professores do Paraná, o número de turmas por escola e também o número de alunos por turma estão afetando a organização da rede estadual de ensino para o início do ano letivo de 2015, prometido para esta quinta-feira (12). Diretores ouvidos pela reportagem dizem que ainda há indefinições sobre esta questão.

Falta de funcionários ainda é obstáculo para volta às aulas

Algumas das escolas procuradas pela reportagem nesta terça-feira (10) ainda aguardavam um posicionamento da Seed sobre o número de turmas, informação que influencia também na distribuição de professores e funcionários. “Uma turma da tarde fechou, foi de cinco para quatro, e também perdemos as três turmas da noite. Mas o meu problema maior aqui é o número de funcionários. Tínhamos cinco funcionários para cuidar da limpeza, atender os alunos, cuidar da cantina, e agora temos três, sendo que um deles se aposenta na semana que vem”, conta Sirlene Bonato, diretora do Colégio Padre Colbacchini, no bairro Butiatuvinha, em Curitiba. No local, circulam mais de 300 alunos.

Adaptações no número de turmas são normalmente feitas de um ano para outro, mas a redução promovida pelo governo estadual entre 2014 e 2015 foi “mais profunda” na avaliação do sindicato da categoria, APP-Sindicato. O corte de mais de 2,2 mil turmas proposto pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) entre dezembro e janeiro, inclusive, foi uma das principais motivações para a paralisação da categoria. No entendimento dos professores, a redução no número de turmas está atrelado à diminuição de docentes e funcionários antes pretendida pelo Executivo. Já a Seed alega que há outros fatores, além da economia, que explicam a redução no número de turmas.

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Esse problema das turmas é uma coisa que não desata. Se for para recomendar outra escola aos alunos do noturno, a Seed precisa (...) providenciar o transporte. E nada foi pensado.

Sandra Phillips, diretora do Colégio Emiliano Perneta, no bairro Pilarzinho, em Curitiba.

O presidente do APP-Sindicato, Hermes Leão, diz que, nas negociações, o governo estadual se comprometeu a respeitar as normativas que limitam o número máximo de alunos por sala de aula. “Nós sabemos que não será possível voltar completamente ao que era no ano passado. Sabemos que haverá fusão de turmas. Mas não queremos superlotação”, ressalta. Uma resolução de 2011 da Seed define que, para o 6.º e o 7.º anos, o número máximo é de 30 alunos por sala de aula; para o 8.º e o 9.º anos, 35 alunos; e para o ensino médio, 40 alunos.

“Eu ainda estou esperando alguma posição, não dispensei os alunos”, conta a diretora Sandra Phillipps, do Colégio Emiliano Perneta, no bairro Pilarzinho, em Curitiba. Mais de 300 alunos estudam na escola. Mas, com as mudanças estabelecidas pelo governo estadual, três turmas noturnas, do ensino médio, seriam fechadas, deixando de fora um grupo de aproximadamente 50 alunos. “Eu sei que à noite temos turmas pequenas, mas aqui é uma região carente, com registros de circulação de drogas. É um público que precisa das aulas. Eles vão estudar aonde? Eu concordo que tem evasão, mas não é assim que se resolve”, diz a diretora.

Sandra explica que só soube do fim das turmas noturnas, a partir de um comunicado da Seed de 19 de janeiro deste ano. “Esse problema das turmas é uma coisa que não desata. Se for para recomendar outra escola para os alunos do noturno, a Seed precisa ao menos providenciar o transporte. E nada foi pensado”, reclama.

Liliane Pinheiro da Luz, diretora do Colégio Bom Pastor, no Mercês, em Curitiba, disse que foi até a Seed para buscar informação sobre o número de turmas ofertadas na sua escola. “Antes da greve, tínhamos perdido uma turma no 6.º ano e uma turma no 9.º ano. Aí eu fui atrás agora para saber como ficaria e parece que eu recuperei as duas turmas. Mas sentimos que ainda estamos na corda bamba, que é uma informação incerta, que pode ser alterada”, observa ela. No local, estudam cerca de 600 alunos.

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