• Carregando...
Segundo a empresária Marlise Ricardi, de 5% a 10% do faturamento da Candon são investidos em pesquisa e desenvolvimento. | Divulgação
Segundo a empresária Marlise Ricardi, de 5% a 10% do faturamento da Candon são investidos em pesquisa e desenvolvimento.| Foto: Divulgação

Um ingrediente fácil de dosar e manusear, que não oxida nem reage com os demais componentes da mistura, amplia a validade do produto alimentício e é mais saudável que a concorrência. Assim a empresária Marlise Ricardi descreve o principal produto da Candon Aditivos para Alimentos, a gordura em pó – uma alternativa sofisticada às gorduras líquidas ou em pasta, tradicionalmente usadas pela indústria alimentícia. A tecnologia empregada na produção da gordura em pó, única no Brasil, é uma das razões que fizeram a empresa a ser reconhecida como uma das mais inovadoras do Sul do país.

Em expansão, empresa evita fazer projeções para 2015

A Candon tem clientes em seis estados – os três do Sul, mais São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo – e estuda dar os primeiros passos no comércio exterior, começando pelo Paraguai, do outro lado do Rio Paraná. A empresa, que tem 22 funcionários, costuma investir de 5% a 10% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento. No momento, está concluindo a instalação de uma linha de encapsulação de princípios ativos. Um dos novos produtos poderá ser empregado por fabricantes de barras de cereais, conta a diretora administrativa Marlise Ricardi.

Depois de alguns anos crescendo em torno de 20% ao ano – no ano passado, a expansão foi de 18% –, a Candon evita fazer projeções para 2015. “Estimamos que teremos crescimento, por causa da nova linha de produtos, da abertura de mercados e da ampliação do atendimento em estados onde já atuamos. Mas essa instabilidade da política econômica e da moeda dificultam qualquer projeção mais precisa”, diz.

Cerca de 70% das matérias-primas usadas pela empresa são importadas e, portanto, ficam mais caras com a escalada do dólar. “Trabalhamos com uma margem que prevê esse tipo de oscilação. Se a cotação muda demais, o cliente sabe que o preço também vai mudar. Mas não há como fazer o repasse imediatamente.” (FJ)

Com sede em Marechal Cândido Rondon, cidade de 50 mil habitantes no extremo Oeste do Paraná, a Candon foi listada entre as 50 empresas que compõem a elite da inovação na Região Sul. O ranking, elaborado pela revista Amanhã e a consultoria Edusys, e publicado no início do ano, tem apenas sete companhias paranaenses.

Criada em 2008 dentro do Moinho Horizonte, do qual hoje é independente, a Candon fornece aditivos para moinhos e indústrias de pães, bolos e biscoitos. Há ingredientes que deixam o miolo mais uniforme e com textura mais leve, outros que garantem uma crosta mais crocante, ou que dão mais cor e volume aos pães, e por aí vai.

As funções dos aditivos vão além de melhorar a textura, a aparência ou o sabor. A gordura em pó, por exemplo, ajuda a estender o prazo de vencimento do produto final – a validade de uma mistura de bolo, por exemplo, sobe de seis para 12 meses. O alimento também fica com menos gordura, uma vez que, em pó, a dosagem é mais precisa.

Encapsulação

O método da Candon para fabricar a gordura em pó é chamado de encapsulação. Consiste na fusão de um óleo ou gordura em pasta com uma parte sólida comestível – um amido, por exemplo. Além de ganhar o aspecto de pó, a gordura, ao ser “revestida” pelo amido, fica protegida da oxidação e não reage com outros ingredientes. A empresa usa a mesma tecnologia, de origem suíça, para produzir emulsificantes e lecitinas, e em breve vai empregá-la em princípios ativos.

Facilitar o processo de produção do cliente é outra preocupação, diz Marlise, diretora administrativa e sócia da Candon. O desenvolvimento e os testes dos produtos, diz, são feitos em parceria com quem vai usá-los. Aqui aparecem outras vantagens da gordura em pó. Como ela se mistura mais facilmente aos demais ingredientes, o processo industrial consome menos energia. E o descarte é mais simples. “Ela não deixa resíduo, não tem passivo ambiental. A gordura em pasta, por outro lado, exige que a empresa desloque um funcionário para raspar o que ficou impregnado na embalagem.”

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]