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Um relatório do Citibank, assinado pelos economistas Guillaume Menuet e Jürgen Michels, mostra que as chances de um "Grexit" (mistura de Grécia com "exit", "saída" em inglês), palavra usada para referir-se à saída do país da zona do euro, está atualmente entre 50% e 75%. Os analistas, entretanto, dizem que as chances de uma ruptura em toda a zona do euro permanecem muito baixas.

Segundo os analistas, o resultado da eleição parlamentar na Grécia foi inconclusivo. As urnas deram mais espaço a partidos radicais à esquerda e à direita no Parlamento, o que mostra o descontamento da população com a forma que a crise vinha sendo gerida. A Grécia enfrenta um desemprego acima de 20% e teve que fazer cortes no orçamento para receber o pacote de ajuda financeiro da Troika, formada pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional. Com as chances remotas de formação de um governo de coalizão, parece muito provável que os eleitores gregos sejam convidados a votar novamente, diz o relatório do Citi. Isso poderia fazer com que o país não cumpra os termos acertados no acordo com a Troika.

"Sem um governo funcional, parece altamente improvável que a Grécia esteja em condições de poupar 7% do PIB até o fim de junho", disse Guillaume Menuet, economista do Citibank.

Mesmo com o apoio do novo presidente francês, François Hollande, é improvável que a Grécia possa obter novas concessões nos termos do pacote de resgate atual, de acordo com Menuet.

"A Troika pode atrasar o pagamento da próxima parcela do programa. Para o segundo trimestre de 2012, os desembolsos são de 31,3 bilhões de euros", disse ele.

"Se a Grécia não fizer progressos, a Troika poderá de interromper o programa de resgate. Se isso acontecer, o governo grego e seu setor bancário iriam ficar sem financiamento".

Como resultado, a Grécia seria forçada a deixar a área do euro, de acordo com Menuet, que disse que as chances de isso aconteça estão crescendo rápido.

"Com o resultado da eleição, a probabilidade de uma saída da Grécia da zona do euro é agora maior do que nossa estimativa anterior de 50%. As chances ficam agora entre 50% e 75% dentro dos próximos 12 ou 18 meses", disse ele.

"No entanto, mesmo após as eleições na Grécia, França e Alemanha, consideramos que a probabilidade de uma ampla ruptura da união monetária é muito baixa. Nós continuamos a esperar que, em reação à saída da Grécia da zona do euro, medidas de maior alcance dos governos e do Banco Central Europeu sejam tomadas".

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