O grau de investimento é uma questão política

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Ficou implícito na mudança de perspectiva da nota do Brasil anunciada pela agência Standard & Poor’s na última semana que o país merecia coisa pior, mas tem ainda algum crédito porque parece ter feito escolhas corretas neste ano. Além disso, o fato de ter instituições mais fortes do que outros emergentes pesou na decisão da agência de não mandar o Brasil direto para o lado do destinos mais arriscados para o dinheiro dos investidores.

GRÁFICO DA SEMANA: confira a evolução dos principais impostos no país

É importante que esses dois pontos não se percam na briga política patética que tomou Brasília nos últimos tempos. O governo parece contra a parede, mas no fundo ninguém quer ir muito longe nessa ideia de oposição dentro da situação. O que muitos políticos buscam é o enfraquecimentos de instituições que podem dar alguma garantia de que no futuro a corrupção e as perdas que ela provoca serão menores. A moeda de troca do momento é o ajuste necessário para que o país fique com a cabeça de fora da areia movediça que se tornou a política econômica do primeiro mandato Dilma.

A perda do grau de investimento, ainda bastante provável, seria um retrocesso imenso para um país que há pouco mais de duas décadas negociava o calote da dívida externa e que vinha recuperando a credibilidade. O Brasil não pode se dar ao luxo de enfraquecer instituições para passar um ajuste econômico, nem de deixar de fazer o ajuste porque não existe negociação limpa no Congresso. No longo prazo, o custo de se fazer a coisa certa agora será recompensado com um ambiente melhor para negócios e um Estado menor e mais controlado.

HSBC

O Bradesco se prepara para comunicar ao mercado o fechamento da compra da operação brasileira do HSBC no início desta semana. O anúncio será feito antes da abertura das bolsas. Uma teleconferência já foi organizada para disparar o comunicado na manhã de segunda.

GhFly

A agência de marketing digital curitibana GhFly fechou um contrato com a rede de restaurantes Madero. A empresa, que prevê crescer 200% neste ano, passa a fazer o planejamento de mídia online de um cliente também em plena expansão. O Madero prevê inaugurar suas primeiras lojas no exterior neste ano, começando por Sydney (Austrália) e Miami. Também está prevista a entrada no mercado do Nordeste, por Salvador.

TCP

O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) vai inaugurar em agosto um novo serviço com embarques e desembarques semanais diretamente para a África. Atualmente, exportadores e importadores que negociam com países africanos precisam fazer uma operação de transbordo para rotas de outros portos. A expectativa do terminal é movimentar cerca de 600 contêineres por semana na operação para o Oeste e Sul da África, beneficiando empresas em sua área de influência no Paraná.

FED

Enquanto no Brasil as taxas de juros estão subindo para controlar a inflação galopante, mesmo em meio à pior recessão da história do real, o FED (banco central dos Estados Unidos) deve subir sua taxa por entender que a recuperação da economia já é forte o suficiente. Na semana passada, esperava-se um sinal mais claro de quando a alta ocorrerá. Janet Yellen, presidente do FED, ressaltou que o mercado de trabalho vai bem. Muita gente entendeu que isso significa que a taxa sobe em setembro.

Cerveja

As grandes cervejarias estão fazendo pressão no Congresso para que não seja aprovado o projeto que reduz a incidência de impostos federais sobre bebidas de fabricação artesanal. O benefício está no texto do novo Simples, que foi aprovado em comissão há duas semanas.