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Você aí que é chefe de família sabe muito bem que controlar o orçamento doméstico e o endividamento é questão crucial para levar os objetivos da família à frente, como boa educação aos filhos e tudo mais. Você também é empregado ou empresário, e necessariamente consumidor, e como muitos tem buscado nesse longo ano de 2015 saldar as dívidas, evitando contrair novas. É possível afirmar isso, pois a Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná) divulgou, no último dia 26, dados que mostram a queda no percentual de endividados no Paraná. Nesse mês de agosto o percentual de endividados ficou em 85,9%, frente aos 87,0% registrados em julho e os 88,8% registrados em agosto do ano passado. Segundo a instituição esse é o lado positivo observado no contexto atual de crise, enquanto o lado negativo dessa mesma moeda é a queda do consumo, também constatado pelas suas pesquisas nos últimos meses. O endividamento paranaense ainda é alto, pois o mesmo índice em São Paulo alcançou 53,3% em Julho último (Fecomércio SP), somente para ter um parâmetro comparativo.

Devo não nego, pago logo logo...

Segundo a Fecomércio PR, houve também uma melhoria nas contas em atraso e na falta de condição de pagamento, que são fatores também monitorados. Em agosto 23,7% das famílias endividadas tinham pagamentos em atraso, enquanto em julho esse número era de 24,3%. Já os que não tem condições de pagar suas contas foram 7,6% dos pesquisados desse mês, contra 9,2% do mês passado. Assim, é possível inferir que há uma priorização do pagamento de pendências, provavelmente motivada também pelas taxas de juros, que já saíram do globo terrestre e agora estão lá por Júpiter. Isso provavelmente está ligado ao fato de que o cartão de crédito é responsável pela maior parte das dívidas, com 71,3% nesse mês de agosto, o que representou aumento significativo se comparado a agosto do ano passado, quando o cartão era responsável por 64,2% das contas a pagar. Desse modo, a indecência não vem das famílias.

O exemplo vem de casa.

Prova da dissonância entre o sentimento e providências práticas do povo frente aos do governo federal, foi o emblemático episódio de atraso no pagamento de cem mil dólares relativos ao aluguel de 19 limusines (dezenove por extenso para não haver dúvidas), três vans, dois ônibus e um caminhão, alugados por ocasião da viagem oficial da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, noticiado pela Gazeta do Povo no último dia 17. Enquanto as famílias cortam na carne, a atitude esperada de reciprocidade por parte de nossos líderes não acontece.

Gerir negócios nesse contexto faz com que empresários e trabalhadores tenham desafios que não são naturais do mundo dos negócios. Uma crise provocada por má gestão pública e impostos asfixiantes, agora vem acompanhada de forte cobrança por parte de toda a sociedade por um plano de austeridade e de melhorias concretas na administração pública.

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