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Existem diferentes tipos de carreiras para diferentes tipos de profissionais. Há aqueles mais empreendedores, que acabam optando por montar seu próprio negócio. Outros, buscando maior estabilidade e segurança, escolhem seguir a carreira pública. E há também os que trabalham para alguma empresa da iniciativa privada, que são a grande maioria. Independentemente do caminho escolhido pelo profissional, muitas pessoas, em algum momento de suas vidas, entram neste dilema: parar ou não parar de trabalhar?

Quando a maioria desses bons profissionais começa a ter essa dúvida eles já acumularam tanta experiência que, quando desejam "pendurar as chuteiras", chegam a significar uma perda significativa para a empresa. Por isso, muitas delas acabam convidando alguns deles para que, mesmo aposentados, possam prestar serviços à organização e ajudá-la em alguns quesitos estratégicos e/ou técnicos. Para explicar essa situação, contarei a história de Raul, que mesmo aos sessenta e seis anos, continua em plena atividade e empurra para longe o momento em que o trabalho não será umas das atividades que ele mais gosta de fazer.

Raul começou sua carreira como assistente de vendas. Tinha vinte e dois anos na época e logo se destacou entre os demais. Produtivo, sistemático e muito competente, rapidamente alcançou outros cargos. Aos quarenta e oito anos, assumiu o cargo de diretor financeiro da empresa. Nessa situação, permaneceu por mais dez anos e completava, naquele momento, trinta e seis anos de trabalho e contribuição para a empresa. Ele tinha ótimas condições para se aposentar neste momento, mas preferiu continuar trabalhando - afinal de contas, gostava muito do que fazia. Seu envolvimento era tão intenso com a empresa que todos os caminhos o levavam a ser convidado para se juntar à sociedade da companhia. Entretanto, após alguns anos como sócio, Raul preferiu seguir carreira solo e montar uma consultoria financeira.

Como Raul sempre prezou manter uma rede de relacionamentos ao longo de sua carreira, ao se aposentar, muitas empresas lhe fizeram convites para participar de diferentes projetos. A quantidade de demanda fez com que ele desistisse de sua consultoria e apenas trabalhasse em conjunto com essas empresas. Hoje, ele já é conselheiro de seis organizações renomadas em diferentes estados do país. Como conselheiro, ele analisa e direciona a estratégia dessas empresas, dá apoio à gestão e exerce sua função sempre com o foco em proteger e maximizar o valor econômico da empresa no longo prazo.

Poder contar com profissionais capacitados e que já acumularam inúmeras experiências, sejam elas boas ou ruins, é uma estratégia para o desenvolvimento dos negócios das organizações. Muitas vezes, um conselheiro pode alertar uma ameaça inesperada ou até conduzir a organização para um rumo mais proveitoso. Já para os profissionais, o benefício é continuar vivenciando desafios, além de contribuir significativamente para novos projetos e, além de tudo, poder dedicar mais de seu tempo à família e demais atividades fora do trabalho. Assim, a meia aposentadoria é uma alternativa para fugir do vazio deixado quando o tempo de se afastar chega, principalmente para aqueles que carregam o trabalho como uma forma de prazer.

Continuar a trabalhar após a aposentadoria é uma escolha pessoal. Entretanto, se o profissional ainda possui a capacidade de tomar boas decisões, a capacidade de continuar a aprender e de analisar os negócios levando em conta sua extensa experiência, porque não aproveitar esse capital intelectual com algo produtivo, e melhor, continuar ganhando dinheiro com isso?

Se você já passou dos 30 anos, certamente já deveria ter começado a planejar o futuro. Quanto antes você começa a se planejar, menor será o esforço necessário para se ver bem lá na frente e, certamente, poderá garantir melhor qualidade de vida quando o tempo chegar. Tudo dependerá de seus sonhos e do que você gosta de fazer. Conheço poucas pessoas que se aposentaram e nunca mais se envolveram com algum tipo de trabalho, seja um projeto pessoal ou até algo externo. De qualquer maneira, é sempre importante programar-se para o que está por vir.

No artigo de terça-feira, falarei mais sobre a meia aposentadoria. Até lá!

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