Os alimentos voltaram a ficar mais baratos em novembro e deram a maior contribuição para conter a inflação do mês. A queda nos preços de Alimentação e bebidas foi de 0,20%, o equivalente a um impacto negativo de 0,05 ponto porcentual para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou novembro com alta de 0,18%, informou nesta sexta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o menor índice para o mês desde 1998 e indica que o Banco Central deve acelerar a redução dos juros a partir de janeiro. Em 12 meses, o IPCA está em 6,99%.
O preço do leite longa vida recuou 7,03%, item de maior impacto negativo no IPCA, -0,08 ponto porcentual. As famílias também pagaram menos por feijão-carioca (-17,52%), tomate (-15,15%) e batata inglesa (-8,28%) no mês.
“O clima ajustou, a demanda está baixa, e além disso tem um terceiro fator, que é a perspectiva de safra boa no próximo ano. Então quem está segurando estoques comercializa, tem uma entrada maior de produtos no mercado”, explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
Entre os alimentos em alta, a cebola subiu 6,09%, a farinha de mandioca, 4,26%, e o pescado, 3,47%. Mas houve impacto da demanda fraca sobre itens que tradicionalmente aumentam nessa época do ano, como as carnes, que subiram 0,22% em novembro, após aumento de 2,64% em outubro.
“A gente está em plena entressafra, mas as carnes desaceleraram. Embora a arroba do boi tenha subido muito em outubro e elevado o preço ao consumidor, a reação da demanda impediu que esse preço continuasse. Está faltando demanda. Por outro lado, o frango subiu. Houve aumento de demanda forçado. A pessoa deixa de consumir a carne e força a demanda no frango”, relatou Eulina.
O frango inteiro saiu de alta de 1,43% em outubro para elevação de 2,91%. O frango em pedaços também subiu, 1,50% em novembro, após ter recuado 0,58% em outubro.
“A maioria das regiões pesquisadas mostrou desinflação no preço dos alimentos”, apontou a coordenadora do IBGE, lembrando, porém, que a alta dos alimentos em 12 meses permanece acentuada, aos 10,17%.
Os preços dos alimentos consumidos em casa recuaram 0,47% em novembro. As únicas regiões metropolitanas com aumentos no mês foram Recife (0,53%) e Porto Alegre (0,25%). Todas as demais pesquisadas registraram recuo.
“Nos alimentos consumidos no domicílio temos visto queda constante. A alimentação fora do domicílio agora deu uma desacelerada bastante forte”, ressaltou Eulina.
A alimentação fora de casa subiu menos, desacelerando de 0,75% em outubro para 0,33% em novembro, sob influência da refeição fora, que saiu de 0,77% para 0,19%.
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