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Congresso se mantém resistente aos principais pontos do ajuste fiscal

Consideradas cruciais pelo governo para sair do vermelho, medidas como a volta da CPMF e a desvinculação de receitas da União sofrem forte oposição dos parlamentares

Dilma Rousseff teve uma amostra da resistência do Congresso ao ajuste fiscal na última terça, quando foi vaiado por parlamentares ao defender o retorno da CPMF. | Lucio Bernardo Jr./Agência Camara
Dilma Rousseff teve uma amostra da resistência do Congresso ao ajuste fiscal na última terça, quando foi vaiado por parlamentares ao defender o retorno da CPMF. (Foto: Lucio Bernardo Jr./Agência Camara)

Prioridade máxima do Planalto, as medidas do ajuste fiscal começam o ano legislativo travadas no Congresso e devem enfrentar dificuldades para serem aprovadas.

Vem delas boa parte dos R$ 24 bilhões previstos pelo governo central para fazer o superávit primário deste ano. Entre as principais, está a polêmica volta da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) e a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que juntas somam R$ 128,2 bilhões em receitas para o caixa do governo.

INFOGRÁFICO: Veja quais são as principais medidas do ajuste fiscal de 2016.

Na prática, o ajuste fiscal já começou 2016 sendo derrotado no Congresso, com a aprovação na quarta-feira (3) da Medida Provisória (MP) 692 com um texto diferente do defendido pelo governo (leia mais nesta página).

A recriação da CPMF é a principal aposta para socorrer o caixa do governo em 2016. A estimativa inicial era que o imposto arrecadasse R$ 32 bilhões, caso fosse aprovado em 2015. Agora, a previsão caiu para R$ 10,3 bilhões neste ano, arrecadação que equivale aos quatro últimos meses do ano, o que determina a aprovação do imposto pelo menos até maio, para começar a ser cobrado em setembro.

Já a prorrogação da DRU até 2019 permitirá ao governo gastar como quiser até 30% de todos os tributos federais vinculados por lei a despesas específicas. Mediante esse mecanismo, R$ 117,9 bilhões poderiam ser aplicados conforme a necessidade do Planalto. A medida que estava em vigor até 31 de dezembro do ano passado permitia que o governo usasse livremente 20% da receita dos tributos. A ampliação da taxa é motivo de discordância entre os parlamentares.

Emendas à Constituição

Os dois textos – que se encontram na forma de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) – dependem de ritos mais longos e penosos para serem aprovados. A DRU tramita atualmente em comissão especial e aguarda a entrada na pauta do plenário da Câmara. Já a CPMF está parada desde o ano passado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Ambas têm de ser aprovadas em dois turnos de votação na Câmara e no Senado. Entre os deputados, são necessários 308 votos favoráveis. Depois, o texto precisa dos votos favoráveis de pelo menos 49 dos 81 senadores.

Outra PEC que o governo quer ver aprovada é a que extingue o abono de permanência, bônus concedido a servidores públicos federais que optam por continuar trabalhando após atingir todas as condições para a aposentadoria. Atualmente, é gasto R$ 1,2 bilhão com a concessão do abono. Com a mudança, o governo espera economizar mais de R$ 7 bilhões nos próximos cinco anos. O texto também está parado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

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