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Gibran e a família Araújo, de Candói: esperança no gado | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Gibran e a família Araújo, de Candói: esperança no gado| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Boi escasso

A carne sobe de preço não só pela pressão da demanda:

Rebanho menor

O Brasil tinha 207 milhões de cabeças de gado em 2013, 5 milhões a menos do que em 2011, conforme o IBGE.

Efeito estiagem

Secas como as que ocorreram em dezembro de 2013 e entre janeiro e fevereiro deste ano fazem com que os abates sejam antecipados. Na sequência, falta carne e os preços aumentam.

Custo elevado

Nos últimos anos, o custo de produção aumentou. Hoje, o pecuarista investe cerca de

R$ 100 por arroba de boi no Paraná. Por isso, o setor esperou preços acima desse patamar para expandir a criação.

Disputa por terra

Os custos sobem automaticamente quando as pastagens perdem espaço para as lavouras. Num espaço menor, o gado precisa ser alimentado com silagem em semiconfinamentos e confinamentos. Por outro lado, a engorda é mais rápida, o que permite elevar a produção.

Precoce e barato

O abate de bois com cerca de 3,5 anos prevalece no Brasil. A expectativa da pecuária é que essa média seja reduzida em sistemas de produção mais eficientes, que oferecem redução de custos e carne de qualidade.

Maior exportador de carne bovina do mundo, o Brasil importa 14 mil toneladas ao ano, mostram dados da Secretaria de Comércio Exterior. A explicação do setor é que a produção de carnes especiais ainda é insuficiente para suprir os consumidores ávidos por um churrasco macio e saboroso. Esse filão fomenta projetos como o da construção de um frigorífico de R$ 16 milhões pela Cooperaliança, a partir do segundo semestre deste ano, em Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná.

Formada em 2007, a cooperativa depende de frigoríficos de terceiros para lançar a produção dos associados no mercado, o que encarece a carne, já famosa na região e em Curitiba. Não faltam clientes também em outros estados, apostam os integrados, mas por enquanto o alimento tem inspeção para comercialização apenas no Paraná.

Planos

A promessa é que o projeto torne a carne mais barata para o consumidor final, mas a pressão da demanda tende a crescer. O novo frigorífico, que deve entrar em operação em 2015 com 120 empregos diretos, buscará inspeção federal, para vendas em outros estados e também para exportação.

"Hoje a nossa produção tem compra certa, mas precisa passar por terceiros. Com o frigorífico próprio, teremos condições de administrar os cortes, reduzir custos para o consumidor final", diz o agropecuarista Gibran Araújo, de Candói, na região de Guarapuava.

Filão atestado

A carne bovina da Coope­raliança vem de fazendas de apreciadores que tradicionalmente mantinham algumas cabeças de gado para consumo próprio. Cruzamentos com o gado angus permitiram produção em maior escala e fez de pequenos plantéis um negócio promissor. As perspectivas da atividade atraem ninguém menos que o presidente da maior cooperativa agroindustrial da América Latina, a Coamo.

No comando da empre­sa gigante, José Aroldo Gallas­sini é o mais ilustre associado da cooperativa de carnes de Guarapuava. "Sou cooperado desde o ano passado e estou confiante. Vamos ampliar a produção daqui para a frente. Existe um mercado muito promissor para a carne de qualidade", afirma o executivo.

Neste ano, devem ser abatidos 15 mil cabeças, na média de 280 quilos.

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