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Enquanto as aberturas de capital na bolsa passam por rigoroso inverno, com apenas duas operações do início 2014 para cá, a demanda por ofertas de equity crowdfunding dão um salto. Esse modelo de financiamento colaborativo é semelhante àquela “vaquinha digital” que faz sucesso promovendo projetos culturais. Mas, em vez de um CD ou de ingressos para shows, quem contribui ganha em troca um título de dívida conversível em ações na empresa apoiada. Dezessete empresas tiveram emissões aprovadas este ano pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), contra apenas três em todo o ano passado. Justamente nesse momento de expansão, o órgão prepara norma para regular o mercado.

O equity crowdfunding é uma tendência nos EUA e na Europa, mas chegou aqui apenas em 2013 e só ganhou fôlego este ano. A principal alavanca foi o Broota, site que conecta empresas e investidores e diz já ter intermediado R$ 2,5 milhões em aplicações. Segundo o site, cinco firmas já concluíram rodadas de investimento (inclusive o próprio Broota), outras cinco passam pelo processo e três estão prestes a iniciá-lo.

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As startups chegam ao site por meio de um investidor-âncora que já se comprometeu em aplicar ao menos R$ 25 mil no negócio. É ele que organiza a captação do restante, valor que costuma superar R$ 100 mil. As firmas exibem no site detalhes de sua operação e seus objetivos, abrindo as portas a qualquer investidor interessado. Cada startup determina a aplicação mínima, que deve ser superior a R$ 1 mil (na média, tem sido de R$ 5 mil). Em troca do aporte, o investidor recebe um título de dívida que paga juro anual e é conversível em ações da empresa dentro de um prazo.

“Noventa e cinco por cento dos investidores nunca haviam investido em startup. O equity crowdfunding acaba sendo a primeira oportunidade”, disse Frederico Rizzo, sócio do Broota, que fica com fatia entre 2,5% e 7,5% do valor arrecadado.

Negócio pet

Uma das primeiras a conseguir captar foi a carioca Pet Delícia, que produz alimentos naturais para cães e gatos. A empresa foi fundada em 2010 por um casal do Rio, o sueco Jörgen Dehlbom e a brasileira Roberta Câmara. Acostumados a cozinhar refeições com alimentos de boa qualidade para seus animais, resolveram transformar o carinho em negócio. Chico, o Jack Russel Terrier do casal, virou mascote e logotipo da Pet Delícia, cujo início se deu com a produção de pratos congelados sem conservantes ou aditivos.

A empresa captou mais de R$ 1 milhão entre 2011 e 2013, o que proporcionou a entrada no segmento de enlatados. A rede de pet shops que vendem seus produtos no país passou de cem para 400. Foi para sustentar a expansão que a empresa chegou a 2015 em busca de mais aportes.

“Começamos em março com a meta de levantar R$ 300 mil e atingimos R$ 500 mil junto a 20 pessoas, em troca de 9% da empresa”, disse Anirudh Deb, diretor da Pet Delícia.

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