Considerado uma prévia da inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acelerou na região de Curitiba na primeira quinzena de março, registrando a maior alta entre as 11 capitais pesquisadas. A taxa fechou em 1,72% – 0,63 ponto porcentual acima da taxa de fevereiro (1,09%) – e 0,48 ponto maior que a média nacional, que ficou em 1,24%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (20) pelo IBGE.
Bandeira tarifária mais cara
As altas na energia elétrica, nos combustíveis e nos alimentos foram responsáveis por quase 80% do IPCA-15 de março. As contas de luz ficaram 10,91% mais caras, devido ao reajuste nas tarifas e nas bandeiras tarifárias. A parcela referente à bandeira tarifária vigente, a vermelha, aumentou 83,33%, de R$ 3,00 para R$ 5,50, repassando ao consumidor o custo mais alto do acionamento de usinas térmicas para a geração de energia.
O IPCA-15 da Grande Curitiba foi puxada para cima, principalmente, por causa das altas nas tarifas de energia elétrica (14,89%), transporte público (10,95%) e combustíveis (8,52%). Julio Suzuki, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), afirma que o custo com alimentação também aumentou no período (2,38%). “Os alimentos sofrem uma oscilação de preço muito maior por causa de fatores sazonais. Também pode ter ocorrido alguma interferência na distribuição por conta dos bloqueios dos caminhoneiros, que foram intensos no estado”, diz.
Segundo Suzuki, o aumento de preços públicos, como as tarifas de energia e transporte, ocorreu de forma semelhante em todas as regiões brasileiras. Depois de Curitiba, os maiores índices do IPCA-15 foram registrados em Fortaleza e Porto Alegre (ambos com 1,38%); Goiânia (1,34%); Salvador (1,33%); e São Paulo (1,25%). Já as menores taxas foram as de Belém (0,76%), Brasília (0,82%) e Rio de Janeiro (1,1%).
Mais juros
A alta de 1,24% no IPCA-15 do país impulsionou o resultado acumulado em 12 meses para 7,90%, a maior taxa desde maio de 2005, segundo o IBGE. Embora esse avanço na inflação acumulada já fosse esperado, o resultado corrobora a expectativa do mercado financeiro de que o Banco Central continue a elevar a taxa básica de juros, a Selic.
“Devido ao patamar da inflação, acreditamos que o Copom [Comitê de Política Monetária do BC] deverá elevar a Selic para 13,25% em abril, e realizará mais duas altas de 0,25 ponto porcentual nas duas reuniões seguintes, o que a levará para 13,75%”, previu Leonardo Sapienza, economista-chefe do Banco Votorantim. Atualmente, a taxa básica está em 12,75% ao ano.
A RC Consultores também estima aumento na Selic para 13,25%. “Embora não seja esse aumento nos juros que vá fazer com que a inflação convirja para o centro da meta do governo [de 4,5% em 2015], é uma sinalização que o Banco Central passa para o mercado de que vai usar todas as ferramentas para fazer o IPCA arrefecer”, disse Marcel Caparoz, da RC Consultores.
O economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, acredita que o IPCA fechado de março registre alta de 1,40%.
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