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Diante da ação do governo para dar mais liquidez ao mercado e de indicações de que mais medidas podem vir, o dólar fechou com baixa de quase 0,70% nesta quinta-feira (14), interrompendo três sessões seguidas de alta.

Segundo operadores, também ajudou no movimento a possibilidade dos bancos centrais do G20 -grupo formado pelas principais economias do mundo- poderem se coordenar para prover liquidez, se necessário, após as eleições na Grécia, que ocorrem neste domingo.

O dólar fechou em queda de 0,67% por cento, a R$ 2,0579 na venda. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 2,0499, quando chegou a cair 1,05%, e R$ 2,0749 na máxima.

Já há avaliações no mercado de que, caso o governo realmente faça mais medidas e os banco centrais injetem mais liquidez na economia mundial, o Brasil deve voltar a atrair mais dólares e a moeda norte-americana pode voltar a ter tendência de queda ante o real. Nos últimos meses, a tendência tem sido de alta do dólar diante do cenário externo conturbado.

Pela manhã, o governo anunciou a redução do prazo sobre empréstimos externos que tem incidência da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% para até dois anos. Até então, o prazo de incidência desse imposto era de até cinco anos.

Segundo agentes de mercado e o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, pode ajudar a fornecer maior liquidez para os bancos empresas e reduzir custo do crédito uma vez que a crise internacional tem limitado essas operações.

"O mercado não reagiu muito quanto a essa atitude do governo (de alterar o IOF para empréstimos externos), mas reagiu mais a interpretação agora à tarde de que devem vir mais medidas em relação ao câmbio", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Segundo publicou a Reuters, o governo avalia a possibilidade de reduzir a alíquota do IOF na posição líquida em derivativos cambiais e também em investimentos estrangeiros em renda fixa.

Um importante integrante da equipe econômica disse, sob a condição de anonimato, que o governo agora vai monitorar os efeitos da medida anunciada na manhã desta quinta.

Galhardo acredita que o governo tem se mostrado, em geral, preocupado em fornecer liquidez para os mercados, destacando que o Banco Central vinha fazendo leilões de swap cambial tradicional -que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro. No entanto, há três sessões que a autoridade monetária não atua.

O cenário externo, segundo operadores, também ajudou a puxar o dólar para baixo nesta quinta-feira. Fontes do G20 afirmaram à Reuters que os bancos centrais das principais economias estão prontos para adotar ações para estabilizar os mercados financeiros e prevenir um aperto do crédito caso o resultado das eleições na Grécia no domingo cause tumulto nas operações.

Segundo Galhardo, caso, de fato, aumente a liquidez no exterior, o dólar poderia até mudar a sua tendência, que tem sido de alta nos últimos meses. No entanto, acredita que ainda o mercado está operando apenas em cima de expectativas e é preciso cautela e esperar o que irá acontecer.

Um economista, que prefere não ser identificado, também destacou que o foco do governo tem sido fazer medidas para estimular a liquidez e investimentos. "Eles estão vendo que precisa de liquidez no mundo e nos bancos e por conta disso estão se precavendo", disse.

No curto prazo, o economista ainda vê alguma pressão de alta no dólar em função das incertezas no cenário externo, mas acredita que pode se desacelerar no médio prazo, mas dependerá, entre outros, do que acontecer na Grécia.

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