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A moeda norte-americana subiu 2,39%, a R$ 3,1297 na venda, após marcar na sessão anterior a maior alta semanal desde a crise financeira de 2008 | Marcos Santos/USP Imagens
A moeda norte-americana subiu 2,39%, a R$ 3,1297 na venda, após marcar na sessão anterior a maior alta semanal desde a crise financeira de 2008| Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O dólar fechou com alta de mais de 2% nesta segunda-feira (9), avançando pela sexta sessão seguida, diante de preocupações com a oposição à presidente Dilma Rousseff e o escândalo em torno da Petrobras, que podem gerar ainda mais obstáculos para o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica.

Ibovespa engata quarta queda seguida

A bolsa paulista começou a semana no vermelho, novamente pressionada por receios sobre o efeito da deterioração no ambiente político sobre os ajustes fiscais, considerados necessários para a retomada do crescimento econômico e da confiança de investidores no país.

Dados fracos sobre as importações chinesas no fim de semana corroboraram a quarta queda seguida na bolsa, em sessão novamente contaminada pelo movimento do dólar e dos juros futuros, sem uma tendência única nas bolsas no exterior.

O principal índice da Bovespa fechou em queda de 1,60%, a 49.181 pontos, menor patamar desde 11 de fevereiro. O volume financeiro somou R$ 6,12 bilhões ante média de cerca de R$ 6,6 bilhões.

A queda do Ibovespa foi ditada pelo declínio dos bancos privados Itaú Unibanco e Bradesco, com relevante participação no índice, que fecharam em baixa de 2,6% e 2,87%, respectivamente.

Petrobras também pesou, com as preferenciais recuando 3,57%, em sessão sem tendência clara sobre os preços do petróleo no exterior.

Mas foi Cetip quem chamou a atenção, fechando em baixa de 7,60%, com operadores citando notícia da Folha de S.Paulo sobre detalhes do depoimento do doleiro Alberto Youssef, no âmbito da Lava Jato, em que ele cita propinas em contratos do Denatran. A Cetip disse que realiza atividades tipicamente privadas, sem nenhuma relação com os fatos reportados.

A moeda norte-americana subiu 2,39%, a R$ 3,1297 na venda, após marcar na sessão anterior a maior alta semanal desde a crise financeira de 2008. O nível de fechamento desta sessão foi o maior desde 22 de junho de 2004, quando a divisa ficou em R$ 3,133.

Na máxima do dia, atingiu R$ 3,1331, maior cotação intradia desde junho de 2004. Nos últimos seis pregões, o dólar acumulou alta de 7,02%.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 877 milhões nesta sessão.

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“Não tem nenhum vendedor (de dólares) no mercado. Quem vir motivos pontuais para explicar essa alta está chutando, a verdade é que há um pânico generalizado”, disse o operador de um importante banco nacional.

Popularidade em baixa

No domingo, durante a transmissão pela TV de discurso em que defendeu que o ajuste econômico atualmente em curso no Brasil vai durar o tempo que for necessário, Dilma foi vaiada em diversas cidades, enquanto pedia união e paciência.

As manifestações “deixam evidente o forte nível de desaprovação pelo qual a atual gestão vem passando”, escreveu em nota a clientes o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho.

Ele lembrou ainda a divulgação da lista de investigação de dezenas de parlamentares devido ao caso de corrupção da Petrobras, “potencializando ainda mais a falta de credibilidade de nossas lideranças”.

À tarde, a agência de classificação de risco Moody’s disse que a investigação de corrupção na Petrobras vai afetar de forma negativa partes dos setores público e privado brasileiro.

Intervenção do BC

As medidas de reequilíbrio das contas públicas vinham servindo como um alento para investidores em meio à perspectiva de contração econômica e inflação de mais de 7% neste ano.

Nas últimas semanas, contudo, as dificuldades que o governo tem enfrentado para implementar essas ações mudaram o cenário, levando investidores a evitar ativos brasileiros e impulsionando o dólar aos maiores níveis em mais de dez anos. O movimento também reforçou a incerteza sobre o futuro das intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim de março.

Na manhã desta segunda, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, todos com vencimento em 1º de dezembro de 2015 e equivalentes a US$ 98,3 milhões. Também foram ofertados contratos para 1º de março de 2016, mas nenhum foi vendido.

O BC também vendeu a oferta total no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 22% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões.

Dólar chega a R$ 3,56 nas casas de câmbio

Moeda americana encosta no euro

O dólar fechou mais um dia em alta, cotado em R$ 3,129 — maior cotação desde junho de 2004. Quem vai viajar, porém, tem que desembolsar ainda mais, já que há uma diferença entre esse valor e o cobrado pelas casas de câmbio. Na Western Union, a divisa custa R$ 3,35 (papel moeda) e R$ 3,56 no cartão pré-pago.

Na Ultramar, o dólar em espécie é vendido a R$ 3,25, enquanto no crédito para os cartões pré-pagos, também conhecidos como travel money, custa R$ 3,42. A TOV cobra R$ 3,29 pela moeda americana de papel, enquanto para recarregar o cartão, é preciso desembolsar R$ 3,45 por dólar.

No câmbio do Banco do Brasil, o dólar sai a R$ 3,22 em espécie e R$ 3,41 para recarga do cartão pré-pago. Enquanto no Bradesco, a moeda custa R$ 3,28 em espécie e R$ 3,44 no cartão.

Com a nova alta, a moeda americana se aproxima ainda mais do euro, cujo preço varia de R$ 3,54 a R$ 3,89, de acordo com a casa de câmbio onde é comprado.

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