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Camelôs no Centro de Curitiba: quanto maior a quantidade de impostos e contribuições, maior o incentivo para que os agentes econômicos operem na informalidade | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Camelôs no Centro de Curitiba: quanto maior a quantidade de impostos e contribuições, maior o incentivo para que os agentes econômicos operem na informalidade| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) e o Instituto Brasileiro da Ética Concorrencial (Etco) informaram nesta quarta-feira (4) que a economia informal brasileira caiu pelo oitavo ano seguido. Segundo o Índice de Economia Subterrânea (IES), a informalidade em 2011 gerou R$ 695,7 bilhões, ou 16,8% do Produto Interno Bruto -- PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país. O IES está quase um ponto porcentual do PIB inferior a 2010 (17,7%) e quatro pontos abaixo de 2003 (21%).

Para o economista Fernando de Holanda Filho, professor do Ibre/FGV e responsável pela pesquisa, essa forte redução da informalidade é decorrente, principalmente, do aumento do crédito na economia brasileira. Para ter acesso ao sistema financeiro, tanto empregados quanto empresários buscam a formalização. "Antes o crédito era muito menos relevante no país, agora ter acesso ao sistema financeiro é uma vantagem direta que leva à formalização", afirmou o economista, lembrando que medidas governamentais como o Microempreendedor Individual e o Supersimples também contribuem para isso.

Ele afirmou, contudo, que o IES pode estar próximo de seu piso institucional. Um dos indicadores disso é a fraca expansão dos empregos formais neste ano, que indicam um saturamento. As incertezas econômicas, com a expectativa de uma fraca expansão da economia, também contribuem para isso, uma vez que é mais fácil absorver os custos da formalização, que ainda são elevados, em ambiente mais próspero.

Holanda Filho também afirma que é muito difícil fazer uma comparação internacional de informalidade, pois estudos de países avançados afirmam que a economia subterrânea no Brasil varia entre 30% e 40%, enquanto que em países avançados, como Estados Unidos e Europa, se situam próximos a 10%. "Mas há muito pouco conhecimento da estrutura econômica da América Latina, No Brasil, por exemplo, parte da economia informal acaba sendo detectada pela formalidade, quando trabalhadores sem carteira de trabalho, por exemplo, compram em supermercados", exemplificou.

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