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Deneson Neri Gorges, proprietário da metalúrgica: retração de clientes tradicionais da construção civil e da indústria foi o estopim para a empresa mudar. | Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Deneson Neri Gorges, proprietário da metalúrgica: retração de clientes tradicionais da construção civil e da indústria foi o estopim para a empresa mudar.| Foto: Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Depois de crescer embalada com o “boom” da construção civil e dos pré-fabricados, a curitibana Metalúrgica Croácia precisou diversificar suas atividades para sobreviver à crise que afetou os seus principais clientes. A empresa fabrica equipamentos para movimentação e elevação de cargas que são usados por construtoras, distribuidoras de ferro e aço e pelas indústrias petroleira e metalúrgica.

Quando o mercado está recessivo, ou você fecha o negócio ou procura por novas oportunidades de negócio.

Deneson Neri Gorges diretor da Metalúrgica Croácia

A crise econômica e da Petrobras afetaram direta ou indiretamente as empresas para as quais a fábrica curitibana presta serviço, o que resultou no encerramento de alguns contratos a partir de junho de 2014. A indústria viu seu faturamento cair em até 60%.

Nova linha de produtos representa 5% do faturamento.

Para se manter no mercado, precisou inovar. A ideia veio de um cliente, que necessitava guardar dois carros, mas só tinha uma vaga na garagem. Os funcionários começaram a pesquisar o mercado de soluções para estacionamento e viram uma chance de investimento para aproveitar a capacidade da fábrica.

Em junho deste ano, lançaram a marca Estafácil, de equipamentos para aumentar a capacidade das garagens. “Como já tínhamos experiência com movimentação de cargas, não foi difícil expandir para soluções de estacionamento”, explica o diretor proprietário da Metalúrgica Croácia, Deneson Neri Gorges.

Há pouco tempo no mercado, a nova marca representa apenas 5% do faturamento da metalúrgica, que opera hoje com 50% da capacidade instalada. A expectativa é que a diversificação ajude a empresa a enfrentar à crise para que em cinco anos as duas marcas possam ser independentes.

“Acredito que, com a gama de soluções criadas e com a equipe bastante jovem e criativa que temos, devemos nos recuperar logo”, diz Gorges. Os produtos da Estafácil vão desde equipamentos para ampliar de uma para duas vagas até um multiplicador rotativo que possibilita ter 16 veículos em uma mesma estrutura.

36 anos

A história da Metalúrgica Croácia começou com o senhor Nikola Muzevic, um croata que imigrou para o Brasil para empreender. A fábrica começou a funcionar legalmente em janeiro de 1979 fazendo equipamentos para elevação de cargas e para construção civil. Um ano depois, o paranaense Neri Gorges comprou a empresa com a condição de não alterar o nome do empreendimento. Em 2011, seu filho, Deneson, assumiu o negócio já em novo endereço, no Boqueirão.

Os preços variam entre R$ 2,5 mil e R$ 1 milhão. Os principais clientes são construtoras, imobiliárias e arquitetos. “Nosso maior desafio é mostrar que esse mercado existe”, diz Gorges.

Dólar

Se a crise atrapalhou bastante os planos de expansão da empresa curitibana, pelo menos o câmbio ajudou. Um dos diferenciais da indústria – tanto na fabricação de produtos da Croácia quanto da Estafácil – é a utilização de componentes nacionais.

Os concorrentes trabalham, na grande maioria, com materiais importados, o que encarece os custos devido à alta do dólar. Outra vantagem de usar materiais locais é conseguir entregar um produto customizado para cada cliente.

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