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É importante avaliar se o crescimento desejado será sustentável, se não vale a pena melhorar o serviço que já está sendo oferecido . | Bigstock
É importante avaliar se o crescimento desejado será sustentável, se não vale a pena melhorar o serviço que já está sendo oferecido .| Foto: Bigstock

Abrir o próprio negócio é o sonho de muita gente. Para ser mais exato, 31,7% da população brasileira adulta tem como desejo empreender – mais do que viajar para o exterior, casar e fazer carreira em uma empresa, por exemplo. Os dados de 2016 da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), patrocinada pelo Sebrae no país, mostram que a veia empreendedora, pelo menos no campo das ideias, é forte no Brasil. Mas, em um cenário de crise e contenção de gastos, pode ser difícil arranjar dinheiro para tirar a ideia do papel – e, mais do que isso, mantê-la funcionando e expandi-la quando for necessário.

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A boa notícia é que há opções para ter dinheiro injetado no negócio, desde linhas de crédito em bancos até investidor-anjo. Vale lembrar que, se para mexer no próprio dinheiro, já é necessário cuidado, para tocar no bolso de outra pessoa deve-se ter ainda mais cautela.

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“Dinheiro não cria oportunidades, ele as viabiliza”, alerta Augusto Martinenco, técnico da gerência de Inovação, Mercado e Serviços Financeiros do Sebrae/RS, que aprofunda: “Se a empresa tem potenciais clientes que não consegue atender, por exemplo, faz sentido ir atrás de mais recursos. É fundamental que o empreendedor use o recurso para atingir algo que tem em mente, e não que vá atrás do dinheiro para depois pensar como usá-lo.”

Passos precisam ser bem pensados

Em resumo, Martinenco quer dizer que é grande o risco de, na empolgação, dar um passo maior do que a perna. Por isso, é importante avaliar se o crescimento desejado será sustentável, se não vale a pena melhorar o serviço que já está sendo oferecido e se os novos gastos não serão maiores do que os novos lucros. Isso porque, mesmo que todos os riscos sejam minimizados, a chance de um segundo empreendimento significar o dobro de problemas é grande.

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Foi o que quase aconteceu com o empresário Eurico Albrecht. Dono do Café República há quatro anos, viu, no ano passado, a oportunidade de abrir uma nova unidade da cafeteria. Para isso, depois de receber orientações gratuitas no Sebrae (a instituição oferece uma série de oficinas e reuniões com especialistas gratuitamente), o empresário decidiu ir atrás de uma linha de crédito no banco em que tinha conta. No meio do processo, porém, quando Albrecht já tinha alugado o espaço em que inauguraria o café e acertado a compra da mobília, o impeachment de Dilma Rousseff jogou incerteza sobre todo o mercado – inclusive no banco, que voltou atrás e negou a linha de crédito para o empresário, que se viu sem muitas alternativas.

“Acabei tendo muita dificuldade, porque não tinha relacionamento com nenhum outro banco. Acabei conseguindo cerca de metade do que eu previa, com juros maiores, mas foi o que eu consegui. No fim, o Café República Cup saiu do papel mais enxuto.”

8 dicas para crescer com ajuda externa:

- Faça um plano de negócios

Pense: você colocaria o seu dinheiro em um negócio desorganizado? Tenha todas as características do seu empreendimento detalhadas, principalmente no que diz respeito a fluxo de caixa, contas pagas e questões trabalhistas quitadas.

- Será que é necessário pedir dinheiro emprestado?

Pense em possíveis parcerias: se você tem uma loja de roupas, não vale a pena ir atrás de marcas que precisem aparecer na sua vitrine? No caso de um bar, quem sabe procurar uma marca de bebidas que possa oferecer um freezer?

- Use o dinheiro externo para comprar máquinas e equipamentos

Guarde seu recurso próprio como capital de giro, como explica Augusto Martinenco, técnico da gerência de Inovação, Mercado e Serviços Financeiros do Sebrae/RS: “É mais inteligente e mais seguro usar o capital externo primeiro, deixando o recurso próprio para capital de giro. Não precisa usar o próprio dinheiro no início da operação.”

- Avalie que tipo de crescimento mais vale a pena para a sua empresa

É necessário abrir um novo estabelecimento ou uma expansão do local que já existe é mais segura? Não é possível aumentar a produção sem aumentar o espaço?

- Se a ideia é abrir mais um estabelecimento, lembre-se de que o segundo negócio começa do zero

É provável que todas as dificuldades do primeiro empreendimento se repitam, possivelmente de forma mais intensa. Ou seja, também é necessário embutir na conta o tempo que a expansão vai demorar para engrenar.

- Mantenha um bom relacionamento com os bancos

Mantenha relacionamento com suas instituições financeiras – em algum momento, elas serão necessárias. Se possível, ter relacionamento com mais de um banco pode servir como carta na manga em ocasiões de dificuldade.

- Vá atrás de ajuda

Há alternativas gratuitas – como o Sebrae – e pagas – por exemplo, aceleradoras como a Wow – de grupos especializados em empreendedorismo feitos exatamente para isso. Além de alinhar suas ideias ao mercado, é possível conhecer pessoas (ou “fazer networking”).

- Entenda o perfil da sua empresa

Se o negócio é mais tradicional, o ideal é buscar alternativas de investimento mais tradicionais, como linhas de crédito em bancos e instituições financeiras. Se a ideia é mais inovadora, talvez seja necessário buscar financiamentos mais ousados, como um investidor-anjo ou uma aceleradora de startups.

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